PRR: Empresas apresentaram 140 candidaturas de inovação empresarial

Manifestações de interesse superaram expectativas do Governo. Se todas fossem aprovadas, seriam necessário um investimento de 14 mil milhões de euros.

Foto
Siza Vieira esta manhã em Aveiro na inauguração do parque fotovoltaico do projecto Smart Green Homes LUSA/PAULO NOVAIS

O aviso para a apresentação de manifestações de interesse para as chamadas agendas mobilizadoras de inovação empresarial, para as quais o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) reservou cerca de mil milhões de euros, terminou com a entrega de 140 propostas que, se fossem todas concretizadas, implicariam um investimento de 14 mil milhões de euros.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O aviso para a apresentação de manifestações de interesse para as chamadas agendas mobilizadoras de inovação empresarial, para as quais o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) reservou cerca de mil milhões de euros, terminou com a entrega de 140 propostas que, se fossem todas concretizadas, implicariam um investimento de 14 mil milhões de euros.

“É um número que superou as nossas expectativas”, admitiu o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, esta manhã em Aveiro, à margem da sessão de apresentação das tecnologias do projecto Smart Green Homes, desenvolvida pela Bosch e pela Universidade de Aveiro.

O ministro da Economia vai liderar a comissão de apoios a estes projectos, cujo prazo para a entrega das candidaturas terminou ontem, pelo que a informação qualitativa é ainda escassa. Mas da leitura dos grandes linhas que já conseguiu efectuar, Siza Vieira diz ter encontrado empresas líderes de consórcios provenientes de praticamente todas as regiões do país e de vários sectores de actividade: “desde o sector das energias até ao sector das biotecnologias e ao sector da saúde, desde o sector aeroespacial ao sector automóvel”, exemplificou o ministro. 

Pedro Siza Vieira sublinhou que este volume de propostas é revelador da “grande disponibilidade das empresas, das universidades e das instituições do sistema científico e tecnológico de colaborarem para criarem produtos inovadores”. E assegura que, mesmo que não haja capacidade de apoiar com o PRR todos estes projectos, ficam desde já lançadas as bases de como terão de ser feitos, e decididos, os investimentos futuros apoiado pelas políticas económicas.

“Tem de se apoiar projectos com estas características, porque existe muita vontade de apostar na inovação e no emprego qualificado, e orientar os nossos recursos para os mercados externos e para o crescimento da competitividade externa da nossa economia”, afirmou o ministro. O PRR reservou uma verba de 930 milhões de euros para estas candidaturas, mas o Governo já deixou sinalizada a intenção de poder reforçar os apoios a estas medidas, através da componente de empréstimos, em mais 2,3 mil milhões de euros.

As próximas semanas vão ser passadas a avaliar estas 140 candidaturas e a verificar se cumprem todas as condições de elegibilidade para participarem este programa. Passado este crivo, serão dirigidos convites aos consórcios pré-seleccionados para apresentarem os seus projectos - e as respectivas candidaturas aos incentivos europeus - e depois ainda será feita uma selecção final das que serão efectivamente apresentadas a um júri com personalidades internacionais – “para testarmos a robustez das ideias e assegurarmos um processo transparente e imparcial”, justifica o ministro.

O compromisso que Portugal firmou com Bruxelas foi o de assinar os contratos de investimento relativos a estes projectos durante o primeiro trimestre do próximo ano. E depois decorre um prazo de cinco anos para eles estarem concretizados – isto é, executados. Siza Vieira diz que estes são os prazos normais para projectos deste tipo, e deu o exemplo da empresa que estava a visitar para se referir a este ciclo de produção. “Estamos na apresentação de um projecto que a Bosch, em co-promoção com a Universidade de Aveiro, apresentou em 2017 e que foi apoiado pelo PT 2020. Está agora a ser concretizado e a produzir bens para o mercado”, ilustrou.

No PRR, o enfoque dado ao apoio e incentivo ao investimento empresarial é orientado para a produção de bens inovadores que apostem no conhecimento e na diferenciação para mercados externos. “Acho importante saudar a mobilização do nosso tecido empresarial, e assegurar desde já que este impulso não se perde e que continuaremos a ver frutificar esta aposta, para colocar Portugal no caminho do crescimento económico sustentado à volta do crescimento da produtividade e exportações”, terminou o ministro.