PRR: Empresas apresentaram 140 candidaturas de inovação empresarial
Manifestações de interesse superaram expectativas do Governo. Se todas fossem aprovadas, seriam necessário um investimento de 14 mil milhões de euros.
O aviso para a apresentação de manifestações de interesse para as chamadas agendas mobilizadoras de inovação empresarial, para as quais o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) reservou cerca de mil milhões de euros, terminou com a entrega de 140 propostas que, se fossem todas concretizadas, implicariam um investimento de 14 mil milhões de euros.
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O aviso para a apresentação de manifestações de interesse para as chamadas agendas mobilizadoras de inovação empresarial, para as quais o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) reservou cerca de mil milhões de euros, terminou com a entrega de 140 propostas que, se fossem todas concretizadas, implicariam um investimento de 14 mil milhões de euros.
“É um número que superou as nossas expectativas”, admitiu o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, esta manhã em Aveiro, à margem da sessão de apresentação das tecnologias do projecto Smart Green Homes, desenvolvida pela Bosch e pela Universidade de Aveiro.
O ministro da Economia vai liderar a comissão de apoios a estes projectos, cujo prazo para a entrega das candidaturas terminou ontem, pelo que a informação qualitativa é ainda escassa. Mas da leitura dos grandes linhas que já conseguiu efectuar, Siza Vieira diz ter encontrado empresas líderes de consórcios provenientes de praticamente todas as regiões do país e de vários sectores de actividade: “desde o sector das energias até ao sector das biotecnologias e ao sector da saúde, desde o sector aeroespacial ao sector automóvel”, exemplificou o ministro.
Pedro Siza Vieira sublinhou que este volume de propostas é revelador da “grande disponibilidade das empresas, das universidades e das instituições do sistema científico e tecnológico de colaborarem para criarem produtos inovadores”. E assegura que, mesmo que não haja capacidade de apoiar com o PRR todos estes projectos, ficam desde já lançadas as bases de como terão de ser feitos, e decididos, os investimentos futuros apoiado pelas políticas económicas.
“Tem de se apoiar projectos com estas características, porque existe muita vontade de apostar na inovação e no emprego qualificado, e orientar os nossos recursos para os mercados externos e para o crescimento da competitividade externa da nossa economia”, afirmou o ministro. O PRR reservou uma verba de 930 milhões de euros para estas candidaturas, mas o Governo já deixou sinalizada a intenção de poder reforçar os apoios a estas medidas, através da componente de empréstimos, em mais 2,3 mil milhões de euros.
As próximas semanas vão ser passadas a avaliar estas 140 candidaturas e a verificar se cumprem todas as condições de elegibilidade para participarem este programa. Passado este crivo, serão dirigidos convites aos consórcios pré-seleccionados para apresentarem os seus projectos - e as respectivas candidaturas aos incentivos europeus - e depois ainda será feita uma selecção final das que serão efectivamente apresentadas a um júri com personalidades internacionais – “para testarmos a robustez das ideias e assegurarmos um processo transparente e imparcial”, justifica o ministro.
O compromisso que Portugal firmou com Bruxelas foi o de assinar os contratos de investimento relativos a estes projectos durante o primeiro trimestre do próximo ano. E depois decorre um prazo de cinco anos para eles estarem concretizados – isto é, executados. Siza Vieira diz que estes são os prazos normais para projectos deste tipo, e deu o exemplo da empresa que estava a visitar para se referir a este ciclo de produção. “Estamos na apresentação de um projecto que a Bosch, em co-promoção com a Universidade de Aveiro, apresentou em 2017 e que foi apoiado pelo PT 2020. Está agora a ser concretizado e a produzir bens para o mercado”, ilustrou.
No PRR, o enfoque dado ao apoio e incentivo ao investimento empresarial é orientado para a produção de bens inovadores que apostem no conhecimento e na diferenciação para mercados externos. “Acho importante saudar a mobilização do nosso tecido empresarial, e assegurar desde já que este impulso não se perde e que continuaremos a ver frutificar esta aposta, para colocar Portugal no caminho do crescimento económico sustentado à volta do crescimento da produtividade e exportações”, terminou o ministro.