Curta de Pedro Coquenão sobre racismo e colonialismo exibida no Padrão dos Descobrimentos
Estreado no Indie em Agosto, o filme O Princípio, o Meio, o Fim e o Infinito vai ser visto este fim-de-semana no Padrão dos Descobrimentos, no âmbito da exposição Visões do Império.
O filme O Princípio, o Meio, o Fim e o Infinito, curta-metragem de Pedro Coquenão, vai ser exibida este fim-de-semana no Padrão dos Descobrimentos, em Belém, Lisboa, no âmbito da exposição Visões do Império. O filme, que se estreou no Indie em finais de Agosto e também está programado para a Womex 2021 (que se realiza no Porto entre 27 a 31 de Outubro), vai ser projectado em duas sessões, esta sexta-feira às 21h e no dia seguinte, sábado, às 18h.
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O filme O Princípio, o Meio, o Fim e o Infinito, curta-metragem de Pedro Coquenão, vai ser exibida este fim-de-semana no Padrão dos Descobrimentos, em Belém, Lisboa, no âmbito da exposição Visões do Império. O filme, que se estreou no Indie em finais de Agosto e também está programado para a Womex 2021 (que se realiza no Porto entre 27 a 31 de Outubro), vai ser projectado em duas sessões, esta sexta-feira às 21h e no dia seguinte, sábado, às 18h.
Numa entrevista recente à agência Lusa, Pedro Coquenão (também conhecido por Batida e integrante do projecto IKOQWE, com Luaty Beirão, que com ele participa no filme) explicou que O Princípio, o Meio, o Fim e o Infinito resultou de “um cenário vivido e criado” ao longo de mês de Fevereiro de 2020, num alojamento artístico na Casa Independente. “Tenta registar essa residência, as peças que foram expostas e as obras que foram apresentadas, nomeadamente um musical. Depois, cruza com esta ficção, que são as personagens IKOQWE, a viverem nessa residência, a interagirem com o espaço e a criarem eles próprios, também, um musical”.
A um mês de ser declarada a pandemia, ele ocupou a Casa Independente com algumas obras suas, mas também com peças que foi “buscar ao acervo do Museu de Lisboa, com a ajuda da EGEAC, como a maquete original do Padrão dos Descobrimentos, esculpida por Leopoldo de Almeida, aguarelas de António Costa Pinheiro ou a escultura dos Pretos de São Jorge”.
Foi daí que nasceram peças como “Neon Colonialismo” ou “Aluzejo”, acrescentou. “Foi muito interessante para mim fazer essa conversa, entre coisas como a escultura original do Leopoldo de Almeida ou quadros do António Costa Pinheiro com coisas minhas, com coisas que pintei na parede ou peças que fiz com caixas de luz e pequenas instalações que fiz na casa inteira”.
Na mesma entrevista, Pedro Coquenão mostrava-se “muito contente” com a projecção do seu filme no interior do Padrão dos Descobrimentos, “porque o espaço em que vai ser apresentado é desconhecido para a maior parte das pessoas” e, dizia, permite “ver uma curta com a dignidade que uma curta merece, e conversar um bocadinho sobre isso, sobre o filme e sobre o porquê de estarmos ali dentro daquele monumento”. Sobre o Padrão propriamente dito (“muito imponente”), deixou também a sua visão: “Visto de costas, ele não é um barco, não são velas, é uma espada, uma espada muito forte ali fincada”, que “leva consigo muitas cruzes e muitas espadas”. E isso demonstra que o intuito da viagem não era “conhecer pessoas ou descobrir o mundo”, mas antes “fazer aquilo que qualquer país poderoso e opressor hoje faz”.
Durante o mês de Outubro, e ainda no âmbito da exposição Visões do Império, serão exibidos também os filmes Les statues meurent aussi, As estátuas também morrem (1953), de Chris Marker, Alain Resnais e Ghislain Cloquet (dia 13, 18h); Visões do Império (2020), de Joana Pontes (dia 14, 18h); e If only I were that Warrior (2015), de Valerio Ciriaci (dia 21, 18h). No dia 10, há uma visita à exposição orientada por Joana Pontes e Miguel Bandeira Jerónimo.