Uma escritora contra o normal

Com Direito de Propriedade, a britânica de origem sul-africana Deborah Levy termina a sua trilogia autobiográfica: uma busca brilhante sobre o ser escritora.

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Deborah Levy indaga acerca das condições da (sua) criação literária Leonardo Cendamo/Getty Images

Ao terceiro livro, fica mais clara a busca de Deborah Levy (Joanesburgo, 1959) naquela a que chamou a sua “autobiografia viva”. É como se agora, na procura da sua identidade enquanto escritora, tivesse como maior resposta a clarividência de uma pergunta: “Quem é ela?”. “Quem é ela? Era a pergunta que começava a fazer em todos os meus livros. Não quem sou eu, embora as duas coisas estivessem ligadas. Como é que ela enfrenta um mundo que a esvaziou? Por algum motivo, nunca tinha abdicado do seu próprio sentido de propósito literário. Nesse aspecto, levava-me a sério. Por vezes, a frase ela leva-se a sério é vista como um defeito, como se levar-se a sério indicasse que ela tem aspirações fora do seu alcance, como se ela devesse ter calma e rir-se das suas próprias esperanças.”

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Ao terceiro livro, fica mais clara a busca de Deborah Levy (Joanesburgo, 1959) naquela a que chamou a sua “autobiografia viva”. É como se agora, na procura da sua identidade enquanto escritora, tivesse como maior resposta a clarividência de uma pergunta: “Quem é ela?”. “Quem é ela? Era a pergunta que começava a fazer em todos os meus livros. Não quem sou eu, embora as duas coisas estivessem ligadas. Como é que ela enfrenta um mundo que a esvaziou? Por algum motivo, nunca tinha abdicado do seu próprio sentido de propósito literário. Nesse aspecto, levava-me a sério. Por vezes, a frase ela leva-se a sério é vista como um defeito, como se levar-se a sério indicasse que ela tem aspirações fora do seu alcance, como se ela devesse ter calma e rir-se das suas próprias esperanças.”