As florestas de algas estão de regresso ao oceano Pacífico

As florestas de algas — que reduzem o aquecimento global ao absorverem o dióxido de carbono do ar, via fotossíntese — foram desaparecendo dramaticamente da costa norte da Califórnia, nos Estados Unidos.

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Imagens serenas do oceano Pacífico capturadas por um drone mostram que as florestas subaquáticas de algas da Califórnia podem estar de regresso após anos de destruição, o que representa boas notícias na luta contra as alterações climáticas. 

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Imagens serenas do oceano Pacífico capturadas por um drone mostram que as florestas subaquáticas de algas da Califórnia podem estar de regresso após anos de destruição, o que representa boas notícias na luta contra as alterações climáticas. 

As florestas de algas — que reduzem o aquecimento global ao absorverem o dióxido de carbono do ar, via fotossíntese — foram desaparecendo dramaticamente da costa norte da Califórnia, nos Estados Unidos. Um estudo calcula uma perda de mais de 95% desde 2013. A culpa? O aumento da temperatura da água do mar e doenças.

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Mas uma equipa do grupo ambientalista Nature Conservancy detectou sinais de uma recuperação parcial das florestas subaquáticas de algas, na costa dos condados de Mendocina e Sonoma, com recurso a um drone.

Numa primeira fase, em 2019, o grupo tentou observar a floresta de algas a partir do céu, mas quase nada havia para ver, disse Vienna Saccomanno, que encabeça o programa de mapeamento e monitorização de algas marinhas do Nature Conservancy. Uma explosão na população de ouriços-do-mar, que se alimentam de algas marinhas, contribuiu para a catástrofe.

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“Simplesmente, não havia algas marinhas. E ver que em 2021 há um forte aumento é muito excitante para um cientista”, disse.

Ao voar a 120 metros de altura, mas perto da costa, os drones tiram fotografias que depois são tecidas numa imagem tipo mosaico, para conseguirem percepcionar melhor as florestas de algas. Os cientistas detectaram muito mais algas castanhas do que nos últimos anos, o que Saccommano atribuiu ao também recente aumento de águas frias e ricas em nutrientes, que contribuem para o seu desenvolvimento.

Em 2019, o levantamento levado a cabo pelo drone do Nature Conservancy mostrou uma maior cobertura de algas, com um hectare, e em 2020 aumentou para 5,5 hectares. Os números de 2021, contudo, ainda não conhecidos.

As coberturas de florestas de algas continuam abaixo da média histórica. “Sabemos que este ecossistema ainda não está totalmente equilibrado e ainda há trabalho de reabilitação para ser feito”, disse Saccomanno.

Os drones são vitais para o fornecimento de informação sobre a saúde destas algas, disse Kirk Klausmeyer, director para ciência de dados do Nature Conservancy da Califórnia. “Quando lidamos com problemas como este, temos de ter o máximo da informação possível. E os drones permitem-nos ter imagens de alta definição de plantas individuais.”