Autarquia do centro de Londres contra remoção de estátuas de esclavagistas

Grupo de trabalho propôs a inclusão de placas explicativas ao lado das estátuas do antigo autarca William Beckford e do comerciante John Class, esclavagistas nos séculos XVII e XVIII.

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Um grupo de trabalho criado no Reino Unido na sequência do homicídio do afro-americano George Floyd, em Maio de 2020, nos Estados Unidos, recomendou que a estátua do antigo político esclavagista britânico William Beckford deve permanecer no edifício da autarquia do centro histórico e financeiro de Londres.

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Um grupo de trabalho criado no Reino Unido na sequência do homicídio do afro-americano George Floyd, em Maio de 2020, nos Estados Unidos, recomendou que a estátua do antigo político esclavagista britânico William Beckford deve permanecer no edifício da autarquia do centro histórico e financeiro de Londres.

Na recomendação, divulgada esta quinta-feira, o grupo de trabalho propõe que a estátua passe a estar acompanhada de uma placa com a explicação das ligações de Beckford ao negócio de escravos.

William Beckford, que foi lord mayor da autarquia do centro de Londres no século XVIII, deveu a sua fortuna aos mais de 3000 africanos que foram escravizados nas 13 plantações da sua família na Jamaica.

Em Janeiro, uma comissão nomeada pela City de Londres recomendou a remoção da estátua de Beckford e de uma outra estátua que está no edifício da autarquia, do antigo comerciante e esclavagista britânico John Cass. Mas, ao mesmo tempo, a comissão nomeou um grupo de trabalho para que fossem analisadas todas as opções. 

Esta quinta-feira, o grupo de trabalho recomendou que as duas estátuas devem permanecer no local, com “placas ao lado, onde se disponibilize informação contextual”.

O grupo de trabalho sugeriu também a criação de bolsas para que mais pessoas das minorias negra e asiática, entre outras, sejam formadas e contratadas para a equipa de guias turísticos da City de Londres; e apoiou uma maior divulgação do Black Pound Day — uma iniciativa que convida os cidadãos a fazerem compras em lojas geridas por comerciantes negros no primeiro sábado de cada mês.

As recomendações do grupo de trabalho vão ser discutidas no dia 7 de Outubro.

“A City está unida no seu compromisso com a igualdade, a inclusão e a diversidade, e com o debate sobre a escravatura e o racismo em todas as suas formas”, diz o relatório, segundo o qual houve “poucos pedidos” na sociedade para a remoção das estátuas de Beckford e Cass.

Como edifício protegido, a sede da autarquia do centro histórico e financeiro de Londres só pode ser alvo de alterações mediante uma autorização do Governo central. Quando se pronunciou sobre a questão, o Governo britânico disse que se opõe à remoção das estátuas e apoia a inclusão de placas explicativas.