Lux reabre a pista: “Voltamos a ser uma discoteca”, que a dança é uma “função vital”
Depois de 18 meses em que houve (quase) de tudo, de pequenos-almoços musicais aos concertos, tudo menos dança, a icónica discoteca de Lisboa volta à pista a 1 de Outubro. Mesmo a tempo de ainda celebrar os seus 23 anos: “A luz ao fundo do túnel é uma bola de espelhos.”
“O Lux vai abrir na sexta-feira. Não será como casa de espectáculos, como cafetaria, snack-bar, restaurante, salão de chá ou rooftop panorâmico. Voltamos a ser discoteca.” É assim, de um fôlego só, que se respira fundo para os lados de Santa Apolónia enquanto se prepara a casa para, mais de um ano e meio depois do encerramento das pistas pelo país, se voltar a dançar.
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“O Lux vai abrir na sexta-feira. Não será como casa de espectáculos, como cafetaria, snack-bar, restaurante, salão de chá ou rooftop panorâmico. Voltamos a ser discoteca.” É assim, de um fôlego só, que se respira fundo para os lados de Santa Apolónia enquanto se prepara a casa para, mais de um ano e meio depois do encerramento das pistas pelo país, se voltar a dançar.
Inaugurado a 29 de Setembro de 1998 - o fim da Expo 1998 -, o clube que ao longo de mais de duas décadas tem conseguido manter-se como espaço inovador, “um farol da noite lisboeta” (como já se escreveu na Fugas), e um íman tão turístico quanto cultural. “Teve de chegar uma pandemia para se descobrir que estávamos no sítio certo, a fazer a coisa certa de maneira certa”, lê-se num texto partilhado nas redes sociais da casa e assinado pel’ “A equipa do Lux Frágil”.
“Fomos discoteca a tentar ser outra coisa”, diz-se num desabafo entre o realista e o poético. Aqui, admite-se até que “os nossos pequenos-almoços não eram assim tão bons” ou que “os livestreams [directos noite fora com DJ ao vivo] não matavam o vício a ninguém”.
“Trocámos o amanhecer pelo pôr do Sol e, mesmo não lhe tendo chamado sunset, foi uma traição”, afiança-se. Agora, o regresso, marcado para sexta-feira, 1 de Outubro, a data em que as restrições à noite são levantadas, é para celebrar. Embora, saliente-se, a entrada continue a ser permitida apenas a quem tem certificado de vacinação (quem quiser já poderá deixar a máscara de lado).
“Somos bons”, dizem, “a jogar com as luzes, a passar música, a juntar pessoas”. “Somos muito bons a tornar o deboche num assunto sério e a dança numa função vital.”
O texto, elogiado por muitos nas redes por ir além do básico comunicado (e fazendo justiça aos diários Lux que recolheram muitos fãs e aplausos – ia no dia 620 de 2020...), soma milhares de comentários e reacções (mais de 18 mil corações no Instagram e de dois mil gostos no Facebook, por exemplo).
No espaço, para sexta-feira está marcado concerto de Costanza (22h) e para sábado (22h) de Whosputo. Depois, a partir das 23h, luzes sobre a pista. Os anfitriões clássicos da casa já estão confirmados e a lista do fim-de-semana é longa: além de Rui Vargas e Yen Sung, Zé Pedro Moura e Dexter, há Bill Onair, Chima Hiro, HNRQ, Inês Duarte, Nvno, Shcuro, Switchdance, DJ Al, Tiago, Trol 2000, Tsuri, Twofold, Varela.
Resta esperar para ver como serão as filas para a (nova) primeira noite do resto da vida do Lux. Que da noite se vai fazer dia, isso é certo. Como dizia um post do Lux há alguns dias, “a luz ao fundo do túnel é uma bola de espelhos”.