As vitórias e derrotas do PS, PSD, CDU e CDS
Às 15h desta segunda-feira, estavam finalmente apurados os resultados das 3092 freguesias. Contas feitas, quem perdeu e quem ganhou na ida às urnas?
Apuradas 307 (das 308) autarquias, já é possível olhar para a nova geometria partidária e para a reorganização do poder local durante os próximos quatro anos. Ainda que o PS presida a 149 câmaras e se mantenha como o partido mais votado destas eleições (com 34,23% dos votos), há uma incontornável contagem de derrotas socialistas. Entre Lisboa, Coimbra e Funchal, o PS perdeu 34 câmaras (e ganhou 22), seis das quais para movimentos independentes. Mas ainda que Lisboa esteja “laranja”, o resto do país continua mais “cor-de-rosa”. Quais foram as derrotas e vitórias dos partidos que elegeram autarcas?
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Apuradas 307 (das 308) autarquias, já é possível olhar para a nova geometria partidária e para a reorganização do poder local durante os próximos quatro anos. Ainda que o PS presida a 149 câmaras e se mantenha como o partido mais votado destas eleições (com 34,23% dos votos), há uma incontornável contagem de derrotas socialistas. Entre Lisboa, Coimbra e Funchal, o PS perdeu 34 câmaras (e ganhou 22), seis das quais para movimentos independentes. Mas ainda que Lisboa esteja “laranja”, o resto do país continua mais “cor-de-rosa”. Quais foram as derrotas e vitórias dos partidos que elegeram autarcas?
País continua “rosa”, mas PS perde força
Ainda que se tenha esforçado para contar vitórias nacionais (149 das 307 autarquias apuradas), o PS acabou a noite a somar derrotas. O partido demorou a reagir à perda de Lisboa, que os socialistas acreditavam estar garantida com Fernando Medina. O PS perdeu ainda Coimbra para José Manuel Silva, o ex-bastonário da Ordem dos Médicos escolhido por Rui Rio para encabeçar a coligação liderada pelo PSD, o que obrigará o partido a encontrar uma alternativa ao ainda líder da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, Manuel Machado, que falhou a reeleição na cidade dos estudantes.
PSD ganha fôlego
A grande vitória da noite ficaria para o PSD, que reconquistou a câmara de Lisboa, nas mãos do PS desde 2007. Carlos Moedas conseguiu reunir mais 2299 votos do que a coligação PS/Livre encabeçada por Fernando Medina e acordou um PSD que era dado como desvanecido.
Além de Lisboa, Funchal e Coimbra, o PSD tira ao PS Alcanena, Alter do Chão, Barcelos, Cartaxo, Castelo de Paiva, Figueira de Castelo Rodrigo, Góis, Horta, Lamego, Mêda, Miranda do Douro, Mogadouro, Mondim de Basto, Mourão, Nelas, Pedrógão Grande, Penacova, Reguengos de Monsaraz, Santa Cruz da Graciosa, São Roque do Pico, Sever do Vouga, Vila da Praia da Vitória e Vila Flor. Os sociais-democratas conseguem também a presidência de Vila Viçosa, que deixa de ser CDU.
Apesar de o PSD perder cinco autarquias nas listas em que concorreu com o CDS, os sociais-democratas irão presidir a 31 câmaras municipais (a maioria das quais no Centro e Norte do país), mais do que as 16 de 2017.
CDU perde Loures e não recupera Almada
À esquerda, a CDU, coligação liderada pelo PCP e que integra o PEV, não conseguiu recuperar Almada, o bastião da CDU que se tornou socialista em 2017. Além de Loures, o PCP perdeu também Mora, Montemor-o-Novo, Alvito e Loures para o PS. No final da noite, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, não escondeu o desânimo com os resultados do PCP (que passa de 24 para 19 câmaras, mantendo-se mais forte no Alentejo) e afirmou que a CDU tinha “muito para avaliar”.
Apesar dos maus resultados, houve uma vitória: o comunista João Ferreira melhorou face aos resultados de 2017 e manteve dois vereadores na capital. No Porto, a lista por Ilda Figueiredo, que se candidatou pela última vez, inverteu os resultados da coligação comunista e subiu de 5,88% para cerca de 7%.
CDS perde votos, mas agarra autarquias de 2017
O objectivo traçado por Francisco Rodrigues dos Santos era ser “a grande surpresa” da noite e conquistar mais mandatos do que em 2017. O cenário não se verificou, mas o partido conseguiu agarrar as seis câmaras municipais a que preside. Nas autarquias onde concorreu sozinho, o CDS conseguiu 1,48%, menos do que os 2,59% conquistados em 2017.
Os centristas continuarão a presidir Velas, nos Açores, Santana, na Madeira, Ponte de Lima, em Viana do Castelo, Vale de Cambra, Oliveira do Hospital e Abergaria-a-Velha em Aveiro - e todas elas com maioria absoluta. O líder centrista foi eleito deputado municipal em Oliveira do Hospital, onde encabeçava a candidatura da coligação, mas a câmara foi para o PS.
O CDS festejou também a vitória do independente Rui Moreira, no Porto, e de Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) em Lisboa, bem como a do antigo bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, em Coimbra, (coligação PSD/CDS-PP/Nós, Cidadãos!/PPM/Volt/RIR /Aliança).
Independentes ganham terreno
O número de autarcas independentes também cresceu nesta campanha. No total, os partidos ou coligações perderam dez câmaras para movimentos independentes: quatro foram perdidos pelo PSD (Batalha, Guarda, Ílhavo e Caldas da Rainha) e seis pelo PS (Marinha Grande, Golegã, Figueira da Foz, Manteigas, Elvas e Mealhada).
O inverso também aconteceu, e os movimentos independentes perderam oito câmaras. O PSD, coligado com o CDS-PP, ganhou as câmaras de Redondo e Portalegre (no distrito de Évora) e São Vicente (Madeira), e a autarquia de Águeda coligado com o MPT. Já o PS ganhou a movimentos independentes, face a 2017, as câmaras de Estremoz, Vila do Conde, Vila Nova de Cerveira e Vizela.
Falta apurar uma autarquia
Por apurar está a autarquia de Águeda, Aveiro, porque as eleições da União de Freguesias da Trofa, Lamas e Segadães só se realizarão dentro de duas semanas, devido a um erro em boletins de voto que inviabilizou a votação no domingo.