Rio assume que PSD tem “melhores condições” para ganhar as legislativas
Líder do PSD elogia “excelente resultado”, mas não diz se se recandidata ao cargo
O líder do PSD absteve-se de avançar com a decisão da sua recandidatura, mas deu vários sinais de que tem margem de manobra para tentar um terceiro mandato: cumpriu os objectivos propostos sobre o número de votos e presidentes de câmara, reclamou vitória nos grandes centros urbanos e até no município de Barcelos, onde travou uma guerra com as estruturas locais. A cereja no topo do bolo é a conquista de Lisboa, onde Rui Rio foi pessoalmente responsável pela escolha de Carlos Moedas. O retrato geral levou o líder social-democrata a tomar balanço para as legislativas.
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O líder do PSD absteve-se de avançar com a decisão da sua recandidatura, mas deu vários sinais de que tem margem de manobra para tentar um terceiro mandato: cumpriu os objectivos propostos sobre o número de votos e presidentes de câmara, reclamou vitória nos grandes centros urbanos e até no município de Barcelos, onde travou uma guerra com as estruturas locais. A cereja no topo do bolo é a conquista de Lisboa, onde Rui Rio foi pessoalmente responsável pela escolha de Carlos Moedas. O retrato geral levou o líder social-democrata a tomar balanço para as legislativas.
Numa declaração que se iniciou depois da 1h30 da manhã, o líder social-democrata começou por assumir que o partido teve “um excelente resultado nas eleições autárquicas” e que podia ser “ainda melhor” com o resultado de Lisboa. Essa informação da vitória chegou durante a conferência de imprensa – a assessora fez-lhe sinal e disse-o alto – o que foi saudado com uma forte salva de palmas.
O líder social-democrata considerou que o partido conseguiu cumprir os objectivos a que se propôs – “aumentar número de votos, de eleitores, aumentar número de presidentes de câmara e reduzir a diferença face ao PS” – para depois lançar um ataque às sondagens. “Conseguiu tudo isso contra as sondagens e muitos comentadores que deveriam ter respeito por si próprios e que diziam que o PSD só ganharia uma ou duas câmaras”, afirmou.
Rui Rio felicitou o líder do CDS pelos resultados conquistados e falou no “ímpeto” para o futuro. “Conseguimos mais implantação e conseguimos um PSD mais forte, o que dá para deduzir facilmente que estamos em muito melhores condições de ganhar as eleições em 2023”, afirmou.
Nas contas da vitória do PSD, Rui Rio salientou o aumento de votos nos centros urbanos – Lisboa, Porto, Setúbal, Amadora, Loures e Sintra. “Justamente onde diziam que não iríamos ter e que só iríamos ganhar uma camarazita no Interior”, disse, adiantando os números disponíveis naquele momento – 31 novos presidentes de câmara e perdeu 15.
Apesar de os dados não estarem fechados, o líder do PSD destacou que os resultados deste ano são melhores do que os de 2013 e os de 2017. Ao mesmo tempo, salientou, o resultado é um “aviso” para o Governo. “Hoje tem uma descida acentuada, não é reconfortante para o PS”, disse.
A questão que se coloca é o espaço que os adversários internos terão para disputar a liderança do partido. E não foi por acaso que Rui Rio deixou um recado que pode ser entendido como dirigido a Paulo Rangel. “Queria agradecer a todos os militantes que ajudaram na campanha, sabemos que esses militantes que tanto encontrei na campanha fazem-no a troco de nada e isso é muito importante”, disse, tendo sido interrompido por uma forte salva de palmas. Esses militantes, acrescentou, “não tiveram outras intenções que não fosse apenas o serviço público”.
Sobre se se recandidata à liderança do PSD, Rui Rio só revelou a resposta que daria – “seria evidente” – se não tivesse alcançado os objectivos a que se propôs. Como assim não foi, não quis “misturar os temas”.
Na conferência de imprensa, Rui Rio fez ainda um auto-elogio à sua forma de estar e de liderar o partido. “Ficou provado que não se resolve com rajadas de promessas para os eleitores, mas com um discurso honesto e sincero”, considerou, numa crítica ao primeiro-ministro António Costa e à forma como recorreu aos milhões da bazuca nos discursos de campanha.