Presidente da ANA não antevê novo aeroporto em Lisboa antes de 2029
José Luís Arnaut, presidente não executivo da ANA - Aeroportos, do grupo francês Vinci, mostrou-se desagradado com a falta de decisão sobre um novo aeroporto na região de Lisboa.
O presidente não executivo da ANA-Aeroportos vincou esta tarde que é necessário uma nova infra-estrutura aeroportuária na região de Lisboa, recordando estar a verificar-se uma recuperação da actividade, que mais de 90% dos turistas estrangeiros chegam por via aérea e que o aeroporto Humberto Delgado “tem restrições de capacidade em terra e no ar”. Para já, destacou, “estamos a 54% dos valores de 2019”, ano em que foi batido um novo recorde, com 31 milhões de passageiros.
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O presidente não executivo da ANA-Aeroportos vincou esta tarde que é necessário uma nova infra-estrutura aeroportuária na região de Lisboa, recordando estar a verificar-se uma recuperação da actividade, que mais de 90% dos turistas estrangeiros chegam por via aérea e que o aeroporto Humberto Delgado “tem restrições de capacidade em terra e no ar”. Para já, destacou, “estamos a 54% dos valores de 2019”, ano em que foi batido um novo recorde, com 31 milhões de passageiros.
Havia já uma solução, contratualizada entre a ANA (do grupo francês Vinci) e o Governo no início de 2019, que apostava no Montijo. No entanto, esta acabou por ser inviabilizada pelo regulador sectorial, a ANAC, por não cumprir os requisitos legais necessários. Neste momento, o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) está a preparar o concurso internacional ligado à avaliação ambiental estratégica sobre o novo aeroporto de Lisboa, que contemplará três opções.
Uma é a que já existia, a de Montijo, outra passa por Montijo adquirir, “progressivamente, o estatuto de aeroporto principal e o Aeroporto Humberto Delgado o de complementar”, havendo ainda a hipótese “de um novo aeroporto internacional de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete”.
Para José Luís Arnaut, presente na conferência do dia mundial do turismo organizada pela Confederação do Turismo de Portugal, mesmo com o cenário de Montijo que já tinha sido escolhido, que é “o mais rápido” e que já tem uma declaração de impacte ambiental (DIA), o aeroporto complementar só deverá estar pronto em 2029.
Isto porque, diz, apontando o dedo ao calendário e ao tempo político, “não vamos ter estudo antes do final de 2023” e, com um novo Governo, “não vamos ter decisão antes de 2024 ou 2025”, a que se somam quatro anos para a construção, levando assim esta solução “para 2029”. Se for para aproveitar Montijo e “fazer de lá o grande aeroporto” vai ser “muito mais” tempo: “em vez de ser cinco, [serão] dez anos”, e “se retomarmos a opção Alcochete ainda mais tempo será”. Assim, não haveria nova infra-estrutura “antes de 2035/2040”, destacou.
“O nosso negócio é taxas, passageiros”, afirmou o gestor, destacando o interesse da empresa em avançar com a nova infra-estrutura.