Radamel Falcao em busca do tempo perdido

Aos 35 anos, o avançado colombiano reencontrou-se com os golos ao serviço do Rayo Vallecano. Voltou a ser decisivo neste domingo frente ao Cadiz.

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Falcao já leva três golos marcados pelo Rayo Vallecano EPA/JuanJo Martin

Diego Maradona, como relembrava Sid Lowe, correspondente do jornal Guardian em Espanha, nunca jogou no Rayo Vallecano. Mas o seu irmão mais novo e menos talentoso, Hugo Maradona, vestiu durante uma época a camisola da equipa de Vallecas, um bairro operário nos arredores de Madrid. É difícil (para não dizer impossível) que um clube periférico em dificuldades permanentes consiga atrair um craque de dimensão mundial como foi Maradona, ou como foi, nos seus melhores tempos, Radamel Falcao Garcia, avançado que brilhou no FC Porto, no Atletico Madrid ou no Monaco. Mas Falcao está mesmo no Rayo Vallecano e, aos 35 anos, continua igual a si mesmo, goleador e decisivo.

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Diego Maradona, como relembrava Sid Lowe, correspondente do jornal Guardian em Espanha, nunca jogou no Rayo Vallecano. Mas o seu irmão mais novo e menos talentoso, Hugo Maradona, vestiu durante uma época a camisola da equipa de Vallecas, um bairro operário nos arredores de Madrid. É difícil (para não dizer impossível) que um clube periférico em dificuldades permanentes consiga atrair um craque de dimensão mundial como foi Maradona, ou como foi, nos seus melhores tempos, Radamel Falcao Garcia, avançado que brilhou no FC Porto, no Atletico Madrid ou no Monaco. Mas Falcao está mesmo no Rayo Vallecano e, aos 35 anos, continua igual a si mesmo, goleador e decisivo.

Aquele que ficou conhecido como “El Tigre” marcou neste domingo o seu terceiro golo desde que chegou ao Rayo, no triunfo por 3-1 sobre o Cadiz, um toque em habilidade numa entrada ao primeiro poste após um cruzamento de Balliu. O colombiano festejou como tem festejado todos os golos desde que regressou ao futebol espanhol, de forma exuberante e a apontar para as bancadas, como que a agradecer a oportunidade de continuar a brilhar.

O avançado colombiano teve a carreira que todos sabemos. Começou a brilhar no campeonato argentino, no River Plate, e foi resgatado pelo FC Porto quando estava a explodir. Foram duas épocas de intensa produtividade no Dragão que tiveram seguimento em mais duas épocas no Atlético Madrid. Depois, no Mónaco, Falcao sofreu uma lesão grave que lhe tirou metade da época e, depois, andou pela Premier League sem grande impacto, primeiro no Manchester United, depois no Chelsea.

Regressou para três épocas de alto nível nos monegascos e contribuiu de forma decisiva para o título em 2017 que rompeu o domínio do PSG. Em 2019, quando já ninguém achava que tinha nível para a primeira divisão do futebol europeu, Falcao mudou-se para o Galatasaray. Tinha um belo contrato, mas já não era o mesmo Falcao. Duas épocas depois, o gigante de Istambul estava a pagar-lhe para ir embora.

O colombiano teria outras propostas mais lucrativas para os últimos anos da sua carreira, mas aceitou ganhar uma fração disso para jogar na liga espanhola e num clube que tinha acabado de regressar à primeira divisão. Foi um contacto directo entre o presidente do Rayo e Falcao, e o negócio fez-se nos últimos dias de Agosto.

Só precisou de dez minutos em campo para marcar o primeiro. No confronto com o Getafe, a 18 de Setembro, o colombiano entrou aos 71’ e marcou aos 81’. Na jornada seguinte, no San Mamés, Falcao entrou aos 76’ e marcou o golo da vitória por 1-2 sobre o Athletic Bilbao aos 96’, num cabeceamento após livre cobrado pelo português Bebé. E neste domingo, Falcao foi titular pela primeira vez, marcando aquele que seria o 2-1 para o Rayo - o 298.º golo da sua carreira em clubes, sem contar com os 35 que marcou pela selecção - e que foi valendo como o golo da vitória até Isi Camacho fazer o 3-1 em cima dos 90’. Desde que Falcao chegou a Vallecas, o Rayo só sabe ganhar.