À procura da criação que emerge do caos, os Encontros da Imagem retomam o tema de 2020
Até 31 de Outubro é possível ver trabalhos de 64 fotógrafos em espaços de Braga, Guimarães, Barcelos, Porto e Gaia.
É como se a edição de 2020 dos Encontros da Imagem se prolongasse para 2021. Afinal, se uma pandemia provocada por um vírus ainda continuou, este ano, a mexer brutalmente com a vida de centenas de milhões de pessoas, um festival de fotografia trintão pode dar-se ao luxo de continuar a tentar, com Genesis 2.1, procurar a criação, a criatividade que emerge do caos em que mergulhamos.
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É como se a edição de 2020 dos Encontros da Imagem se prolongasse para 2021. Afinal, se uma pandemia provocada por um vírus ainda continuou, este ano, a mexer brutalmente com a vida de centenas de milhões de pessoas, um festival de fotografia trintão pode dar-se ao luxo de continuar a tentar, com Genesis 2.1, procurar a criação, a criatividade que emerge do caos em que mergulhamos.
“Um ano depois, voltamos também nós e todo o mundo — em resultado da crise pandémica provocada pelo Covid-19, de novo, ao confinamento generalizado. Gerou-se a confusão e o caos. Uma incapacidade colectiva para compreender a desordem das coisas, confrontando a humanidade com desafios cada vez mais complexos e exigentes”, explica a associação Encontros da Imagem, que organiza este festival espalhado por 25 espaços de Braga, onde nasceu há 31 anos, Guimarães (3), Barcelos (1), Porto (6) e Gaia (um, em Avintes).
A programação de 2021 inclui trabalhos de 64 fotógrafos de vários países, e mais do que a Covid-19, o que motiva as escolhas é a percepção de que “a sociedade contemporânea está desde há muito, perante enormes desafios de carácter global: desde as questões relacionadas com o planeta e os seus problemas ecológicos — perda da biodiversidade, alterações climáticas — até às civilizações que o habitam, onde muitas delas geram novas desigualdades e indiferença moral provocadas por regimes políticos, religiosos. Aquilo a que chamamos progresso, não só deixou de coincidir com a humanização do mundo, como pode acabar por ditar o seu fim. A crise em que vivemos constitui uma oportunidade para que todos encontremos causas comuns e discutamos as melhores soluções para o que deva ser feito”.
Regressar à normalidade
Sem as aglomerações de outros tempos, mas com um clara tentativa de regresso à normalidade, o Festival arrancou na semana passada com inaugurações em Braga, onde há exposições para ver em 12 locais. No Museu dos Biscainhos, por exemplo, Vincen Beeckman, autor do projecto Espinho, tem a companhia de Paola Paredes, que, com Until you Change, encena, com o seu próprio corpo, as sevícias a que são sujeitos membros da comunidade LGBT em unidades de “tratamento” da homossexualidade, no Equador, que a autora reproduz a partir de entrevistas realizadas a pessoas submetidas a essas humilhações.
Esta sexta-feira decorreram as inaugurações no Porto, onde os Encontros se instalaram em locais como o Mira Forum, de Campanhã (Inês Norton), o espaço Maus Hábitos (Elsa Leydier) ou as instalações do Instituto de Produção Cultural e Imagem (Alena Zhandarova), entre outros. Em Guimarães, há exposições no Paço dos Duques (David Burnett), no CAAA – Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura (Joana Dionísio) e no B-Lounge da Universidade do Minho, em Azurém (David Creedon). Barcelos acolhe o trabalho de Renato Roque, na Galeria do Theatro Gil Vicente, enquanto a Casa da Cultura de Avintes, em Gaia, expõe Carmelo Nicosia. O festival decorre até 31 de Outubro.