Houve um momento no início dos ensaios de Sou Uma Ópera, Um Tumulto, Uma Ameaça em que Cristina Carvalhal se animou pensando que, no limite, se nada mais funcionasse, podia sentar as quatro actrizes a contarem aquela história. Inês Rosado, Manuela Couto, Rosinda Costa e Sílvia Filipe sentar-se-iam e desfiariam esta narrativa baseada em O Mundo Ardente, livro da norte-americana Siri Hustvedt, obra de uma escritora que se coloca na cabeça de uma artista plástica obcecada por uma filósofa e investigadora do século XVII. Havia, portanto, esse plano de recurso. Mas ao experimentar com um formato de conferência que, depois, se transforma na dinâmica colectiva de “um conjunto de vozes a inventar uma história”, a encenação desbloqueou e transformou-se num outro objecto, pouco habitual de se ver num palco de teatro.
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Houve um momento no início dos ensaios de Sou Uma Ópera, Um Tumulto, Uma Ameaça em que Cristina Carvalhal se animou pensando que, no limite, se nada mais funcionasse, podia sentar as quatro actrizes a contarem aquela história. Inês Rosado, Manuela Couto, Rosinda Costa e Sílvia Filipe sentar-se-iam e desfiariam esta narrativa baseada em O Mundo Ardente, livro da norte-americana Siri Hustvedt, obra de uma escritora que se coloca na cabeça de uma artista plástica obcecada por uma filósofa e investigadora do século XVII. Havia, portanto, esse plano de recurso. Mas ao experimentar com um formato de conferência que, depois, se transforma na dinâmica colectiva de “um conjunto de vozes a inventar uma história”, a encenação desbloqueou e transformou-se num outro objecto, pouco habitual de se ver num palco de teatro.