O resplendor sombrio das latas de cerveja

Uma história de amor filial e de redenção na Glasgow dos anos cinzentos do thatcherismo.

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Numa escrita ágil, barroca e adjectivada (merece ser aqui referida a brilhante tradução de Hugo Gonçalves), sem nunca se tornar pesada, Douglas Stuart conta uma história sobre pobreza, vício e abuso Rui Gaugêncio

Nos anos da década de 1980, Glasgow era uma cidade socialmente devastada pelo thatcherismo. As minas de carvão tinham começado a fechar, os dias da indústria pesada acabavam, o desemprego era massivo, e os ossos dos estaleiros jaziam “como dinossauros em decomposição” naquela cidade cinzenta e chuvosa. Este é o cenário do romance Shuggie Bain — vencedor do prémio Booker 2020 —, do escocês Douglas Stuart (n. 1976). Não é, propriamente, um livro político sobre o impacto das decisões do governo de Margaret Thatcher, mas antes uma história de amor filial e de sobrevivência emocional, que tem como pano de fundo várias disfunções sociais consequência do thatcherismo.

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Nos anos da década de 1980, Glasgow era uma cidade socialmente devastada pelo thatcherismo. As minas de carvão tinham começado a fechar, os dias da indústria pesada acabavam, o desemprego era massivo, e os ossos dos estaleiros jaziam “como dinossauros em decomposição” naquela cidade cinzenta e chuvosa. Este é o cenário do romance Shuggie Bain — vencedor do prémio Booker 2020 —, do escocês Douglas Stuart (n. 1976). Não é, propriamente, um livro político sobre o impacto das decisões do governo de Margaret Thatcher, mas antes uma história de amor filial e de sobrevivência emocional, que tem como pano de fundo várias disfunções sociais consequência do thatcherismo.