Mais de 100 mil alunos ainda sem professores, alertam sindicatos
Falta de professores tem-se vindo a acentuar de ano para ano.
Uma semana após o início do ano lectivo, “serão mais de 100 mil os alunos que não têm, ainda, os seus professores”, alertou a Federação Nacional de Professores (Fenprof) nesta quarta-feira.
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Uma semana após o início do ano lectivo, “serão mais de 100 mil os alunos que não têm, ainda, os seus professores”, alertou a Federação Nacional de Professores (Fenprof) nesta quarta-feira.
Numa nota enviada à comunicação social, a Fenprof especifica que chegou a este total com base no tipo de horários que estão a concurso na contratação de escola e que correspondem a um “número médio de 14,4 horas” de aulas por semana. “Tendo em conta que, no mínimo, também em média, correspondem a turmas por horário, isto significa que se o número médio de alunos por turma for 20 (e, certamente, é superior) mais de 101.500 alunos não têm ainda todos os seus professores.
A propósito da colocação de docentes, a Fenprof alertara, já esta terça-feira, que continuavam a faltar mais de mil professores nas escolas. “E a tendência, nestes dias, não tem sido para a redução, mas para o aumento do número de horários não preenchidos”, constatou esta federação sindical.
Por exemplo, no espaço de um dia o número de horários que estarão em falta passou de 1344 para 1694, e isto só no que respeita a professores. Juntando os pedidos para técnicos especializados, o total de horários a concurso chega a 1855.
“Confirma-se, assim, que a opção pela contratação de escola [contratos celebrados directamente pelos directores] não resolve o problema da falta de professores e que este não tem uma dimensão tão irrelevante como alguns querem fazer crer”, frisa a Fenprof. A falta de professores tem-se agravado nos últimos anos e perdurado, em algumas disciplinas, durante quase todo o ano lectivo. “O problema – grave! – resolve-se com medidas concretas, tais como, de imediato, o completamento dos horários incompletos ou a criação de incentivos para a deslocação e fixação de docentes em áreas carenciadas”, exorta a federação sindical presidida por Mário Nogueira.