Quarta edição do North Music Festival é novamente adiada
Em comunicado, organização alega “ausência de parecer concreto e final” da DGS, que, por sua vez, diz não poder avaliar o plano de contingência do festival sem saber que medidas relativas ao desconfinamento serão anunciadas esta quinta-feira, em Conselho de Ministros.
A quarta edição do North Music Festival (NMF), evento de música ao vivo que tem como casa a Alfândega do Porto desde o seu segundo ano de existência, já não vai acontecer entre os dias 30 de Setembro e 2 de Outubro. A notícia foi adiantada pela própria organização, que em comunicado, escrito e enviado à comunicação social esta quarta-feira, alega a “ausência de um parecer concreto e final” da Direcção-Geral da Saúde (DGS). “Apesar de todos os esforços encetados e de o NMF contar, desde o primeiro dia, com consultoria de uma entidade privada de saúde e uma unidade de medicina populacional e de saúde pública para a criação de um plano de contingência — mantendo contacto permanente com a DGS —, as respostas acabaram por não chegar atempadamente”, pode ler-se.
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A quarta edição do North Music Festival (NMF), evento de música ao vivo que tem como casa a Alfândega do Porto desde o seu segundo ano de existência, já não vai acontecer entre os dias 30 de Setembro e 2 de Outubro. A notícia foi adiantada pela própria organização, que em comunicado, escrito e enviado à comunicação social esta quarta-feira, alega a “ausência de um parecer concreto e final” da Direcção-Geral da Saúde (DGS). “Apesar de todos os esforços encetados e de o NMF contar, desde o primeiro dia, com consultoria de uma entidade privada de saúde e uma unidade de medicina populacional e de saúde pública para a criação de um plano de contingência — mantendo contacto permanente com a DGS —, as respostas acabaram por não chegar atempadamente”, pode ler-se.
De acordo com Jorge Veloso, director do NMF, a DGS terá dito à equipa que coordena que esta teria de assegurar o cumprimento de três regras essenciais para o órgão governamental dar luz verde à realização do festival. A Alfândega do Porto não poderia ver ocupada mais de 65% da sua lotação máxima, os espectadores teriam obrigatoriamente de usar máscara dentro do recinto e todos teriam de ser testados à covid-19. “Assim, um detentor de um passe geral, mesmo com um certificado digital válido, seria obrigado a efectuar teste nos três dias de festival, ou seja, um teste por dia”, assinala a organização, que não terá aceite esta terceira condição. “Não é razoável exigir ao público que já possui certificado digital que, além do valor pago pelo bilhete, tenha ainda de pagar um teste à entrada do recinto.”
“Apesar de Portugal ser actualmente um exemplo na Europa, registando uma taxa de vacinação muito acima da média — próxima dos 85% —, e apesar também do empenho de todos os portugueses com vista a uma nova normalidade, temos, agora, uma prova clara de que a vacinação completa não representa uma mais-valia concreta, nomeadamente no acesso a grandes eventos culturais e musicais”, critica a direcção do NMF, que refere ainda que não é possível avançar com uma nova data para a realização do festival neste momento.
Ouvido pelo PÚBLICO, Jorge Veloso diz olhar com frustração para as “confusas” regras relativas à pandemia. “O certificado dá para ir ao futebol, a um restaurante e a um hotel, mas não dá para ir a um espectáculo. É tudo muito pouco claro na área da cultura e é por isso que não se fazem grandes eventos em Portugal. Somos o campeão da vacinação só na teoria”, queixa-se o director, para quem a regra dos testes terá sido imposta pela DGS porque a organização queria que o evento acontecesse nos “únicos moldes em que faz sentido acontecer, ou seja, com plateia em pé”. “Não está no nosso ADN ser um festival das cadeiras”, afirma.
“Tínhamos um cartaz muito bem conseguido, tínhamos bons parceiros… E o evento não vai para a frente por causa de uma decisão da DGS, que vem atrasando a abertura do país por motivos que não consigo descortinar”, frisa. “Na Europa, já se fazem concertos de grande dimensão. Nós ficamos todos contentes quando dizemos que temos quase 85% da população imunizada, mas não saímos do sítio. Aqui, há ajuntamentos; no estrangeiro, há eventos.”
Contactada pelo PÚBLICO, a DGS explicita que a sua “comissão técnica para os eventos de massas recebeu por e-mail, no dia 13 de Setembro de 2021, o plano de contingência do NMF e um pedido de reunião por parte da organização”. “Não foi ainda emitido o parecer técnico por se estar a aguardar a publicação da nova resolução de Conselho de Ministros, a qual poderá conter alterações às regras para a organização dos eventos, tendo a organização sido informada desta condicionante”, refere a autoridade de saúde, afirmando ainda que não emitiu “quaisquer recomendações à organização deste evento”.
O cartaz da quarta edição do NMF incluia vários nomes fortes da música nacional — Capicua, David Fonseca, os GNR, os Keep Razors Sharp, os Linda Martini, a dupla Moullinex & Xinobi, os Ornatos Violeta, os Paus e os Throes + The Shine, por exemplo —, bem como os norte-americanos OneRepublic e os escoceses Waterboys.