1. Alguém que tenha frequentado um curso de geopolítica sabe que um dos primeiros exemplos que são apresentados para sublinhar a importância da geografia é o dos estreitos que se situam entre a Austrália, a Indonésia, os países da Ásia do Sul, que normalmente designamos por “região do Mar do Sul da China”. Por eles passa uma parte substancial das rotas marítimas que mantêm as trocas comerciais entre a Ásia oriental, Índico, Médio Oriente e a Europa. A sua importância estratégica dispensa explicações. Na última década, a China prosseguiu uma política de militarização deste espaço marítimo, recorrendo à intimidação dos países ribeirinhos da ASEAN e interferindo abertamente nas suas águas territoriais. As queixas multiplicam-se nas Nações Unidas, cujas deliberações são ignoradas por Pequim. A China tem hoje a maior marinha de guerra do mundo, mesmo que medida em quantidade e não em qualidade, incluindo 12 submarinos nucleares. O seu objectivo é afastar os Estados Unidos da Ásia e convencer os seus aliados regionais de que o melhor que têm a fazer é aceitar a “protecção” chinesa. Até agora, esta estratégia não resultou. A presença americana mantém-se e as alianças também. Mais a norte, Taiwan é o “sítio mais perigoso do mundo”, como escrevia recentemente a Economist. As provocações militares contra a ilha que escapou ao regime comunista, mas que Pequim quer fazer regressar à mãe-pátria, sucedem-se a um ritmo cada vez maior.
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1. Alguém que tenha frequentado um curso de geopolítica sabe que um dos primeiros exemplos que são apresentados para sublinhar a importância da geografia é o dos estreitos que se situam entre a Austrália, a Indonésia, os países da Ásia do Sul, que normalmente designamos por “região do Mar do Sul da China”. Por eles passa uma parte substancial das rotas marítimas que mantêm as trocas comerciais entre a Ásia oriental, Índico, Médio Oriente e a Europa. A sua importância estratégica dispensa explicações. Na última década, a China prosseguiu uma política de militarização deste espaço marítimo, recorrendo à intimidação dos países ribeirinhos da ASEAN e interferindo abertamente nas suas águas territoriais. As queixas multiplicam-se nas Nações Unidas, cujas deliberações são ignoradas por Pequim. A China tem hoje a maior marinha de guerra do mundo, mesmo que medida em quantidade e não em qualidade, incluindo 12 submarinos nucleares. O seu objectivo é afastar os Estados Unidos da Ásia e convencer os seus aliados regionais de que o melhor que têm a fazer é aceitar a “protecção” chinesa. Até agora, esta estratégia não resultou. A presença americana mantém-se e as alianças também. Mais a norte, Taiwan é o “sítio mais perigoso do mundo”, como escrevia recentemente a Economist. As provocações militares contra a ilha que escapou ao regime comunista, mas que Pequim quer fazer regressar à mãe-pátria, sucedem-se a um ritmo cada vez maior.