IRS Jovem: uma pequena poupança na nova proposta

Quer parecer-me que ainda ninguém percebeu que esta medida do IRS Jovem só lá vai quando a poupança gerada for superior ou igual a um custo mensal que se possa ter.

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Nuno Ferreira Santos

Criado em 2020, o IRS Jovem, abrangendo aqueles que entraram pela primeira vez no mercado de trabalho, poderá já em 2022 ter uma nova roupagem, passando a ser alargado por cinco anos conforme anunciado pelo Governo. Actualmente, o benefício de três anos pode criar uma poupança que, em cinco anos, poderá ser equivalente a um mês de salário.

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Criado em 2020, o IRS Jovem, abrangendo aqueles que entraram pela primeira vez no mercado de trabalho, poderá já em 2022 ter uma nova roupagem, passando a ser alargado por cinco anos conforme anunciado pelo Governo. Actualmente, o benefício de três anos pode criar uma poupança que, em cinco anos, poderá ser equivalente a um mês de salário.

Este regime, que se aplica a jovens entre os 18 e os 26 de anos com o ciclo de estudos de nível 4 ou superior completos, também poderá abranger, como novidade, o trabalho independente.

Na verdade, esta medida gera, efectivamente, mais poupança fiscal. Mas causará algum impacto na vida real de quem começa a trabalhar? Vamos tentar perceber por exemplos práticos a poupança que esta proposta representa nas variadas simulações ao dispor.

Para um rendimento mensal de 1000 euros, ao fim de cinco anos poder-se-á conseguir uma poupança de 2038,29 euros, significando um aumento de 926,50 euros relativamente à medida actualmente em vigor. Para este exemplo, o valor anual que se pode obter como benefício é de 407,65 euros anuais, numa média mensal de 29,11 euros.

Outro exemplo: se o rendimento obtido for de 1200 euros mensais, o valor da poupança ao longo dos cincos anos será de 2303,55 euros, traduzindo um aumento de 1047,07 euros. Anualmente, e neste exemplo, o benefício será de 460,71 euros, com uma média de 32,90 euros mensais.

Na verdade, com o alargamento temporal da medida IRS Jovem de três para cinco anos, há um menor esforço fiscal por parte dos mais jovens. Mas todos sabemos que o valor da poupança poderá ser diluído ao longo do tempo por aumento de outros impostos mormente em impostos indirectos, como é o IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) ou mesmo o ISP (Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos). Se era essencial que a medida fosse alargada, também o era se a poupança fosse verdadeiramente notória na carteira dos jovens que começam a entrar no mercado de trabalho.

Nestes cincos anos e para que haja uma verdadeira poupança, a ajuda a dar ao mais novos que pretendem trabalhar por cá deve sempre ter em linha de conta vários factores e um deles é a consciência plena do verdadeiro impacto que ela causa. Quer parecer-me que ainda ninguém percebeu que esta medida do IRS Jovem só lá vai quando a poupança gerada for superior ou igual a um custo mensal que se possa ter.