Iniciativa Liberal foi a Chelas procurar um hospital e encontrou um “matagal”

Acompanhado pelo presidente do partido, Bruno Horta Soares diz que Fernando Medina é co-responsável pela demora que já leva o novo hospital e não acredita na sua abertura até 2023, como prometeu o Governo.

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Bruno Horta Soares e João Cotrim de Figueiredo embrenharam-se nos canaviais LUSA/RODRIGO ANTUNES

Já esteve para ser de Todos os Santos, agora chamam-lhe Lisboa Oriental, mas Bruno Horta Soares tem outra sugestão: “Isto devia ser o Hospital de Santa Engrácia.” Em Chelas, junto ao grande terreno para onde há anos se prevê a futura unidade hospitalar, o candidato da Iniciativa Liberal (IL) a Lisboa constata o óbvio – ainda não há lá nada a não ser lixo e vegetação.

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Já esteve para ser de Todos os Santos, agora chamam-lhe Lisboa Oriental, mas Bruno Horta Soares tem outra sugestão: “Isto devia ser o Hospital de Santa Engrácia.” Em Chelas, junto ao grande terreno para onde há anos se prevê a futura unidade hospitalar, o candidato da Iniciativa Liberal (IL) a Lisboa constata o óbvio – ainda não há lá nada a não ser lixo e vegetação.

“Aqui estamos à porta do serviço de Urgência. Passámos há bocado pela traumatologia”, ironiza João Cotrim de Figueiredo, presidente e deputado único do partido, apenas com paisagem inóspita pelas costas. “Isto é o hospital, um matagal que faz lembrar a selva tropical.”

A caravana liberal deslocou-se a Marvila na manhã desta quinta-feira com o botão da ironia ligado e embrenhou-se pelo meio dos canaviais para colocar a primeira pedra da obra de que se ouve falar há mais de uma década. “É chocante para quem está em lista de espera em Lisboa ver isto assim”, diz Cotrim, que dispara em iguais doses contra Medina e contra Costa. “Isto é um exemplo de como a câmara tem sido ineficaz por ter uma proximidade excessiva e submissa ao Governo.” Horta Soares complementa: “Medina não só não cumpre as suas promessas como não exige ao Estado que cumpra as suas.”

A construção de um novo hospital na zona oriental da cidade está prevista desde 2007 e tem gerado controvérsia nos órgãos autárquicos porque implica o encerramento ou a readaptação de seis unidades no centro da cidade: São José, Capuchos, Santa Marta, Dona Estefânia, Curry Cabral e Maternidade Alfredo da Costa. O concurso para a empreitada e concessão do novo equipamento, que funcionará como parceria público-privada, foi lançado em 2017 mas ainda não está concluído. O último prazo estabelecido pelo Governo aponta para 2023 a abertura de portas.

Mas os liberais torcem o nariz. “É dificílimo imaginar este hospital pronto até ao fim de 2023”, diz Cotrim de Figueiredo, que vê problemas no processo de contratação pública (defende uma “revisão profunda” do modelo), mas não só. “Mesmo com um concurso mais célere teríamos um problema político. O Governo que põe verbas para este hospital no Orçamento e depois não as executa é o mesmo que dá 1200 milhões à TAP”, afirma o deputado.

Bruno Horta Soares, que nestes primeiros dias de campanha tem contado frequentemente com a presença de Cotrim nas iniciativas, diz que a construção do hospital poderia criar “uma nova centralidade” em Chelas, mas que “quando se demora 20 anos num projecto não há forma de se desenvolver uma cidade”.