Há uma máscara transparente para quebrar barreiras entre professores e alunos

Embora as máscaras sejam ainda um acessório essencial para a protecção individual dos estudantes na escola, pode ser também um entrave à boa compreensão linguística e à aprendizagem de quem é surdo.

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Com o arranque do novo ano lectivo, há questões que se repetem e o uso obrigatório das máscaras é uma delas. De acordo com as normas da Direcção-Geral da Saúde, o equipamento de protecção individual é obrigatório para docentes e auxiliares, bem como para todos os alunos a partir do 2.º ciclo, sendo ainda fortemente recomendado o seu uso aos mais novos, no 1.º ciclo. A medida, porém, deixa de novo os estudantes surdos, para quem a leitura labial é fundamental, fora da equação. 

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Com o arranque do novo ano lectivo, há questões que se repetem e o uso obrigatório das máscaras é uma delas. De acordo com as normas da Direcção-Geral da Saúde, o equipamento de protecção individual é obrigatório para docentes e auxiliares, bem como para todos os alunos a partir do 2.º ciclo, sendo ainda fortemente recomendado o seu uso aos mais novos, no 1.º ciclo. A medida, porém, deixa de novo os estudantes surdos, para quem a leitura labial é fundamental, fora da equação. 

Segundo um inquérito feito pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof), já em 2020, cerca de 13,7% dos professores questionados concordavam que era importante os alunos usarem máscaras transparentes para facilitar a compreensão da Língua Gestual Portugal (LGP). Também um estudo publicado recentemente na revista científica Ear and Hearing comprovou que este tipo de máscaras pode eliminar em 10% as barreiras linguísticas que afectam os surdos. 

A Xula Mask, criada durante a pandemia por quatro sócios espanhóis, anuncia-se como a primeira máscara feita a pensar nas pessoas com dificuldades auditivas, bem como com problemas de autismo, demência ou até Alzheimer. Por cá, a marca Be Angel, de Famalicão, tem máscaras transparentes certificadas. Recentemente, a Xula Mask associou-se à Federação Portuguesa das Associações de Surdos para ajudar na inclusão social de quem não ouve: por cada máscara vendida, o modelo mais simples custa 16,65€, a marca oferece um euro à comunidade surda. 

Ricardo Correia, representante da Xula Mask em Portugal, informa que tem sido contactado por vários professores que trabalham com crianças com necessidades especiais que se queixam não só da dificuldade em comunicar com os alunos, mas também da impossibilidade de criar ligações emotivas com os mesmos.

“Com a máscara posta, por vezes, nem conseguimos reconhecer as pessoas na rua, mas com o nosso produto não temos esse problema, já que, além de ser transparente, é feito com um tecido altamente respirável e não abafava o som”, explica. A máscara é reutilizável e pode ser lavada até 40 vezes sem perder a eficácia. Para o representante, é urgente debater os problemas dos alunos surdos e com outras incapacidades. 


Texto editado por Bárbara Wong