Sporting arrasado no regresso à Champions

“Leões” goleados por 1-5 pelo Ajax, em Alvalade, numa das piores derrotas caseiras do clube nas competições europeias.

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Sporting viveu um pesadelo no seu regresso à Champions LUSA/ANTONIO COTRIM

Sessenta e oito segundos. Foi o tempo que o Sporting aguentou sem sofrer golos no seu regresso à Liga dos Campeões. Foi um pesadelo de proporções épicas aquele que os “leões” viveram nesta quarta-feira, em Alvalade, frente ao Ajax, uma derrota por 1-5 que se junta de imediato aos grandes desastres europeus da história do Sporting em casa (só superada pelos 0-5 sofridos frente ao Bayern Munique nos "oitavos" da Champions em 2009). Os números não deixam margem para dúvida: a equipa de Rúben Amorim não estava preparada para isto e resta saber se irá recuperar deste trauma provocado pela equipa neerlandesa e conseguir fazer carreira na Champions.

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Sessenta e oito segundos. Foi o tempo que o Sporting aguentou sem sofrer golos no seu regresso à Liga dos Campeões. Foi um pesadelo de proporções épicas aquele que os “leões” viveram nesta quarta-feira, em Alvalade, frente ao Ajax, uma derrota por 1-5 que se junta de imediato aos grandes desastres europeus da história do Sporting em casa (só superada pelos 0-5 sofridos frente ao Bayern Munique nos "oitavos" da Champions em 2009). Os números não deixam margem para dúvida: a equipa de Rúben Amorim não estava preparada para isto e resta saber se irá recuperar deste trauma provocado pela equipa neerlandesa e conseguir fazer carreira na Champions.

Já se sabe que o Sporting tem um plantel curto, por opção, e isso é sempre um risco. Pode resultar na descoberta de alternativas viáveis, mas, num contexto competitivo de exigência máxima como é a Champions, o cobertor que devia chegar para tudo pode transformar-se numa mantinha que nem os pés consegue aquecer. E os “leões”, sem Coates para liderar a defesa e sem Pedro Gonçalves para marcar golos, foram curtos em todo o campo, na defesa, no meio-campo e no ataque, cobertos pelo seu visitante ilustre que veio dos Países Baixos e que, por certo, não esperava tantas facilidades.

Paulinho, que se estreou na Champions com um golo muito feliz, teve uma frase que resume tudo. “Dois golos em nove minutos, nem estávamos a jogar.”

Dizer que o Sporting entrou mal no jogo é redutor. Não entrou, ao contrário do Ajax, que entrou com tudo e sabia por onde devia entrar. Aos 68 segundos, Antony, o brasileiro que o Ajax foi buscar há duas épocas ao São Paulo, começou a fazer miséria, chegou com a bola controlada à área “leonina”, acertou no poste e, na recarga, o oportuno Sebastian Haller fez o 0-1.

Um golo sofrido nos primeiros minutos pode ser um acidente, mas dois golos sofridos nos primeiros nove minutos não são fruto do acaso. O Ajax apertou na pressão alta, nunca deixou o Sporting ter bola para fazer a sua construção a partir de trás e beneficiou da tremenda passividade de Rúben Vinagre para fazer o 0-2. Antony recebeu a bola, deixou o lateral “leonino” para trás e fez a assistência para Haller assinar o segundo dos neerlandeses e o seu segundo do jogo — e não iria ficar por aqui.

Com 80 minutos, ainda havia tempo para rectificar. Matheus Nunes bem tentava furar pela pressão alta do Ajax, sozinho, com a bola colada ao pé, para tentar criar desequilíbrios e, num desses momentos, quase conseguiu um golo.

Aos 13’, o brasileiro correu várias dezenas de metros e deixou para Paulinho que quase fez o 1-2. Mas era uma excepção na tendência do jogo, em que a acção acontecia sempre do lado contrário. E as dificuldades que os “leões” estavam a sentir defensivamente cresceram quando Amorim foi forçado a meter Esgaio para jogar como central no lugar do lesionado Inácio.

Com todas as dificuldades o Sporting ainda recuperou alguma esperança aos 33’. Matheus encontrou Paulinho sozinho na área e o avançado, de ângulo difícil, atirou para a baliza. Remko Pasveer, o veterano guardião de 37 anos que é terceira opção do Ajax para a baliza, foi ao encontro da bola, mas deixou-a passar e os “leões”, quase do nada, voltavam à vida.

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Mas a esperança sportinguista voltou a baixar quase ao zero seis minutos depois. Sempre pelo mesmo lado, Antony desenvencilha-se com facilidade de Vinagre, deixa a bola para Gravenverch, que, de imediato, a deixa para Berghuis fazer o 1-3, completamente sozinho na grande área dos “leões” — ainda antes do intervalo, Feddal esteve perto de reduzir num cabeceamento que saiu por cima após cruzamento de Jovane Cabral.

O cabo-verdiano acabaria por ser um dos sacrificados por Amorim (o outro foi Vinagre), que tentou mudar o jogo a partir do banco. Entraram Matheus Reis e Sarabia e o Sporting até pareceu revitalizado. Tanto que, aos 47’, Paulinho voltou a meter a bola na baliza do Ajax — o lance acabaria por ser invalidado por posição irregular do avançado “leonino”.

Talvez o jogo tivesse mudado com o 2-3. Nunca o saberemos. O que se viu foram mais golos do Ajax e mais desnorte do Sporting. Aos 51’, nova assistência de Antony e mais um golo de Haller, o seu terceiro no jogo, ambos, mais uma vez a expor a fragilidade sportinguista — e nesta fase já não era apenas uma questão técnica ou táctica, o Sporting já era, como Amorim reconheceu, uma equipa em sofrimento.

Porro ainda acertou no poste aos 53’ após uma jogada individual, mas a resposta neerlandesa aos atrevimentos esporádicos do Sporting foi sempre no alvo. Desta vez, aos 63’, a assistência foi de Mazroui, mas o marcador foi o mesmo das outras ocasiões, Haller, o francês internacional pela Costa do Marfim que o Ajax resgatou à Premier League. E não há muito mais a dizer sobre a última meia-hora de jogo. O Ajax não quis mais e o Sporting não conseguiu mais.