Atlético e FC Porto batalharam por um ponto em Madrid
Numa “batalha” de muita luta física, o FC Porto ainda teve um golo anulado, mas a acção do VAR pareceu dar alguma justiça ao resultado, já que nenhuma das equipas merecia sair por cima.
Muita luta, muitas faltas, poucos remates, pouca arte. E zero golos. Foi isto que se passou nesta quarta-feira em Madrid, no empate a zero entre FC Porto e Atlético, no Grupo B da Liga dos Campeões.
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Muita luta, muitas faltas, poucos remates, pouca arte. E zero golos. Foi isto que se passou nesta quarta-feira em Madrid, no empate a zero entre FC Porto e Atlético, no Grupo B da Liga dos Campeões.
Ao contrário do Benfica, que esteve perto de ser derrotado, e do Sporting, que foi arrasado, o FC Porto nunca esteve realmente próximo de perder este jogo. Pelo contrário, os “dragões” montaram um bloco sólido, foram competentes na ocupação de espaços e, a jogarem em casa de um adversário poderoso, conseguiram levar o jogo para o plano físico que tanto lhes convém. Mas não são os únicos.
Também o Atlético se sente confortável nesse tipo de jogo e pouco fez por vencer a partida. Tudo espremido, resultou num empate a zero que dificilmente poderia ter sido outra coisa.
O FC Porto ainda teve um golo anulado, mas a acção do VAR pareceu dar alguma justiça ao resultado, já que nenhuma das equipas merecia sair com a derrota. Nem com a vitória.
FC Porto em 4x4x2
A primeira parte no Wanda Metropolitano foi feita mais de luta, duelos e faltas do que futebol de qualidade – afinal, estamos a falar de duas equipas intensas e dadas ao jogo físico.
Em 48 minutos de futebol houve mais pedidos de assistência médica do que remates, algo que ilustra bem o que se passou numa primeira parte parca em oportunidades de golo.
E estes dados estão longe de ser uma surpresa, já que, entre as 32 equipas da última Champions, Atlético e FC Porto foram a sétima e nona que menos remates concederam aos adversários.
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O FC Porto surgiu inesperadamente em 4x4x2, com dois pontas-de-lança declarados, frente a um 3x5x2 do Atlético que permitia aos espanhóis construírem sempre com tranquilidade.
A equipa de Sérgio Conceição apostou numa toada arriscada, mas feita com excelência. Jogou em cerca de 30 metros de campo, mas bastante longe da área de Diogo Costa – notou-se de forma clara a faixa de jogadores portistas na zona de meio-campo, com os sectores bem juntos.
Sem pressão alta, mas também sem bloco baixo, o FC Porto conseguiu condicionar todo o jogo interior do Atlético, que dependia das soluções entre linhas de João Félix e Lemar.
A opção do FC Porto foi “oferecer” aos espanhóis vários metros nas costas da linha defensiva, mas para essa vertente o Atlético não tinha armas: Carrasco preso ao corredor, Suárez pouco activo na procura do espaço (fê-lo apenas uma vez, aos 6’, no único remate à baliza) e Félix e Lemar longe de serem jogadores com essas características.
Em suma, a estratégia portista condicionou totalmente o futebol do Atlético, que teve quase sempre uma posse estéril, e a pressão alta do Atlético condicionou grande parte das saídas do FC Porto (excepto quando Corona, a jogar a lateral, era chamado a intervir, dando soluções). Foi, portanto, um jogo totalmente “amarrado” e dado aos duelos físicos em pouco espaço de terreno.
Tudo na mesma
Na segunda parte, nada mudou. O Atlético lançou Griezmann e Correa, mais dois artistas do jogo entre linhas, mas esse espaço não existia na zona interior de um bloco portista muito denso.
É certo que houve uma bola ao poste por parte de Otávio, aos 50’, mas foi um lance mais fruto do acaso, num cruzamento torto, do que do engenho e predisposição da equipa para atacar a baliza adversária.
Mas também o Atlético parecia querer pouco do jogo – muito pouca presença ofensiva –, até mesmo depois de Diego Simeone lançar um 4x3x3 e abdicar de um dos centrais que parecia ser redundante pelo pouco jogo ofensivo do FC Porto.
Houve um lance de perigo aos 68’, num remate de Correa bem defendido por Diogo Costa (sempre muito seguro), e um outro aos 80’, a favor do FC Porto.
O Atlético perdeu a bola em zona proibida e Taremi, sagaz, desviou-a para a baliza. O VAR detectou, entretanto, que o iraniano tocou com a mão na bola, na queda, e invalidou o golo portista. A acção do VAR pareceu dar alguma justiça ao resultado, já que nenhuma das equipas merecia sair com a derrota. Nem com a vitória.
Mbemba ainda foi expulso aos 90+5’, por anulação de uma clara oportunidade de golo, mas já não prejudicou a equipa, dado que o jogo acabou pouco depois.