A crítica como fruição e vice-versa

Terry Eagleton tem a capacidade rara de não banalizar nem descredibilizar o que, por ser exigente e fascinante, tende a fechar-se em redomas. Este crítico parte a campânula e partilha o tesouro com os seus leitores.

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No seu ensaísmo crítico, Terry Eagleton alia duas qualidades: um juízo sensato e a sobriedade que lhe advém da precisão Leonardo Cendamo/Getty Images

Quando um nome como “autor”, ou “crítico” precisa, ou costuma vir acompanhado de um adjectivo, seja ele “marxista”, ou outro qualquer — geralmente, é porque um dos dois termos é insuficiente para uma designação eficaz. Também nesse aspecto é raro o caso de Terry Eagleton. Nem o seu pensamento político, expresso e publicado, se revela monolítico, nem o seu ensaísmo assenta num conjunto de pressupostos que fizessem pensar em dogma — ou tornassem viável tal questão.

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