Cidadãos de países desenvolvidos dispostos a mudar de vida para combater alterações climáticas
Considerando os 17 países, uma média de 34% dos inquiridos disse estar disposta a considerar “muitas mudanças” na vida quotidiana como resposta às alterações climáticas.
Cidadãos de países desenvolvidos estão dispostos a mudar a forma de viver e trabalhar para combater as alterações climáticas, mas muitos duvidam do sucesso dos esforços internacionais contra o aquecimento global, indica um inquérito esta terça-feira divulgado.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Cidadãos de países desenvolvidos estão dispostos a mudar a forma de viver e trabalhar para combater as alterações climáticas, mas muitos duvidam do sucesso dos esforços internacionais contra o aquecimento global, indica um inquérito esta terça-feira divulgado.
O inquérito foi feito pelo instituto norte-americano Pew Research Center em 17 economias avançadas da América do Norte, Europa e Ásia-Pacífico, incluindo países como França, Alemanha, Itália, Espanha, Coreia do Sul e Estados Unidos. Foi realizado na primavera passada e envolveu ao todo quase 20 mil pessoas.
De acordo com os resultados esta terça-feira divulgados há uma preocupação generalizada quanto ao impacto pessoal das alterações climáticas, com a maioria dos inquiridos a admitir algumas mudanças na forma como vive e trabalha, ainda que não seja claro que esses esforços tenham impacto.
Considerando os 17 países, uma média de 34% dos inquiridos disse estar disposta a considerar “muitas mudanças” na vida quotidiana como resposta às alterações climáticas.
O inquérito foi feito antes das últimas vagas de incêndios, secas, inundações e tempestades mais fortes do que o habitual, como as inundações na Alemanha deste verão, mas revela um sentimento crescente de ameaça pessoal em relação às alterações climáticas. Na Alemanha, por exemplo, a percentagem dos que se manifestaram muito preocupados com as consequências pessoais do aquecimento global aumentou 19 pontos percentuais em relação a 2015, passando de 18% para 37%.
Os resultados da investigação indicam também que os jovens adultos estão mais preocupados com o impacto pessoal de um planeta em aquecimento do que as pessoas com mais idade. A maior diferença foi encontrada na Suécia, mas também foi considerável em países como a Nova Zelândia, Austrália, Estados Unidos, França e Canadá.
Em relação ao espectro ideológico verificou-se que as pessoas identificadas com a esquerda estão mais abertas a tomar medidas pessoais para ajudar a reduzir os efeitos das alterações climáticas. Essa diferença entre esquerda e direita foi mais patente nos Estados Unidos.
Em 12 dos 17 países, metade ou mais dos inquiridos consideraram que a sua própria sociedade tem feito um bom trabalho ao lidar com as alterações climáticas.
Mas a grande maioria entende como fraca a resposta dos Estados Unidos e da China às alterações climáticas. Numa média dos 17 países 78% dos inquiridos descreveram como “má” a forma como a China lida com as mudanças do clima, e 61% julgaram também “má” a resposta dos Estados Unidos.
Do total dos inquiridos 52% disseram não acreditar que uma resposta mundial às alterações climáticas seja bem-sucedida, em comparação com 46% que acreditam que os países podem responder em conjunto ao impacto das alterações climáticas.