O regresso do Met Gala: uma celebração do A ao Z da moda

Viu-se tudo de tudo na passadeira vermelha do do Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque, desde a máscara preta de Kim Kardashian da cabeça aos pés, à homenagem de Billie Eilish a Marylin Monroe, passando pelos três looks de Lil Nas X.

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As estrelas voltaram a pisar a passadeira vermelha mais excêntrica do mundo da moda, esta segunda-feira ─ o Met Gala. Aqui não há regras e os convidados vestiram-se a rigor para a angariação de fundos da exposição A Lexicon of Fashion (O léxico da moda, em tradução livre) do Costume Institute, do Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque. Viu-se tudo de tudo, da máscara preta de Kim Kardashian, da cabeça aos pés, à homenagem de Billie Eilish a Marylin Monroe, passando pelos três looks de Lil Nas X. Numa passadeira vermelha heterogénea, as celebridades cumpriram o propósito de celebrar a moda norte-americana.

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As estrelas voltaram a pisar a passadeira vermelha mais excêntrica do mundo da moda, esta segunda-feira ─ o Met Gala. Aqui não há regras e os convidados vestiram-se a rigor para a angariação de fundos da exposição A Lexicon of Fashion (O léxico da moda, em tradução livre) do Costume Institute, do Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque. Viu-se tudo de tudo, da máscara preta de Kim Kardashian, da cabeça aos pés, à homenagem de Billie Eilish a Marylin Monroe, passando pelos três looks de Lil Nas X. Numa passadeira vermelha heterogénea, as celebridades cumpriram o propósito de celebrar a moda norte-americana.

Como de costume, a anfitriã foi Anna Wintour, a editora-chefe da Vogue norte-americana, que chegou vestida por Oscar de La Renta. A inauguração da nova exposição do Costume Institute ficou a cargo de Billie Eilish, Timothée Chalamet, Naomi Osaka e Amanda Gorman (que levou um livro na mão). A cantora de Happier Than Ever foi uma das estrelas da passadeira vermelha, com uma ode ao vestido que Marylin Monroe vestiu nos Óscares de 1951, assinado por Oscar de La Renta.

Não é comum ver Billie Eilish em coordenados tão femininos (excepto quando foi capa da revista Vogue), mas a artista terá querido precisamente prestar tributo a uma mulher que tanto contribuiu para a cultura americana e, segundo avança a editora de estilo da revista Vogue, Dena Giannini, o coordenado já estava planeado ainda antes de a pandemia cancelar a gala do ano passado. “Ela sempre sonhou com um vestido de baile ─ particularmente algo com um corpete, graças ao seu amor pelas Barbies, enquanto crescia”, revela. Apesar de parecer um vestido pesado, a criação será muito leve. Todo o coordenado foi complementado com 30 peças de joalharia Cartier, incluindo 25 anéis, um recorde para uma passadeira vermelha.

O vestido de 40 quilos de Simone Biles e a celebração da herança de Naomi Osaka

Beckett Fogg e Piotrek Panszczyk da Area desenharam o vestido três-em-um da ginasta Simone Biles. A criação de 40 quilos era feita de três partes, uma saia feita à mão com cristais Swarovski, um minivestido por baixo também em cristais e um fato de ginasta repleto que se assemelhava a um céu estrelado. A ideia de performance era importante para a estreia da atleta no Met Gala e, por isso, a criação contou também com a marca de desporto Athleta.

A inspiração para este projecto foi a célebre artista de music-hall, dos anos 1920, Josephine Baker, a primeira mulher negra a entrar numa grande produção cinematográfica, que usou o seu poder de estrela para dar a voz pelos direitos civis. Os criadores da Area fazem uma analogia da história da artista com o percurso de Simone Biles ─ passaram apenas alguns meses desde que a ginasta falou sobre saúde mental nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Foram precisas mais de 100 pessoas, num trabalho manual de 6650 horas, para fazer a saia de Biles, que ficou concluída “perto das 4 da manhã” da véspera da gala, conta, à Vogue, Piotrek Panszczyk. Simone Biles aproveitou a criação para deixar uma mensagem a todas as raparigas: “Quero dizer a todas as meninas que podemos ser duras em qualquer desporto que queiramos, podemos ser fortes. Por outro lado, podemos sentir-nos empoderadas e lindas e usar vestidos assim, sair da nossa zona de conforto. Não precisamos ser só atletas, no fim somos pessoas.”

Também Naomi Osaka quis passar uma mensagem com a criação que usou ─ a importância de valorizarmos as nossas origens. O vestido colorido em jacquard, cetim e seda foi idealizado por Nicolas Ghesquière da Louis Vuitton. O padrão foi desenhado pela irmã de Osaka e é inspirado na carpa, um símbolo da cultura japonesa. A ideia foi celebrar e casar as duas culturas, americanas e japonesa, sublinhado a herança birracial da tenista.

Kim Kardashian com uma criação de Kanye West e os três looks de Lil Nas X

Não, Kim Kardashian e Kanye West não reataram a relação, após o divórcio no início deste ano, mas foi o rapper a desenhar, em parceria com a Balenciaga, de Demna Gvasalia, o look da socialite para o Met Gala. O resultado foi uma criação minimalista, sem descurar o glamour que caracteriza a estrela de Kepping Up The Kardashians ─ uma máscara preta da cabeça aos pés, com uma longa cauda.

Apesar de inicialmente ter gerado incerteza sobre quem se trataria, a forma do corpo da empresária não deixou margem para dúvida. A ex-mulher de West foi acompanhada na passadeira vermelha por Demna Gvasalia, o designer da Balenciaga. Inicialmente pensou-se que o vulto, também vestido de preto da cabeça aos pés, seria Kanye West.

Se Kim Kardashian se cobriu inteiramente, a irmã Kendall Jenner usou um vestido transparente da Givenchy, coberto de cristais, inspirado em Audrey Hepburn, no filme My Fair Lady - Minha Linda Senhora. Jenner não foi a única a apostar em transparências, também Irina Shayk, em Moschino, desfilou com vestido transparente, adornado com flores e fez-se acompanhar do criador Jeremy Scott.

Já o coordenado do rapper Lil Nas X assemelhou-se a uma matrioska, onde a cada instante se iam descobrindo novas camadas na criação de Donatella Versace. Ao chegar à gala, o artista usava uma gigante capa dourada, que, depois, revelava uma armadura, como se estivesse pronto para lutar. Por fim, o cantor de Montero (Call me by your name) revelou um fato de corpo inteiro coberto em cristais dourados, com o clássico padrão da Versace.

E porque a moda é uma das formas mais antigas de passar uma mensagem política, a congressista Alexandria Ocasio-Cortez desfilou na passadeira vermelha com vestido que dizia Tax the Rich (“taxem os ricos”, em tradução livre, ou numa tradução ainda mais livre: “os ricos que paguem a crise”), uma criação da Brother Vellies. Por momentos, o vestido lembra o casaco que Melania Trump usou com a frase “não quero saber", em 2018. Muitos criticaram a democrata por ter usado o vestido precisamente num evento de ricos. Na legenda de uma fotografia no Instagram, Ocasio-Cortez explicou que os congressistas eleitos por Nova Iorque são convidados para a gala e faz parte das suas responsabilidades “supervisionar as instituições culturais que servem o público”. 

Na passadeira vermelha do Met Gala houve espaço para tudo, sem esquecer o cavalo de Kim Petras, o fato de treino de Timothée Chalamet, o casaco de Inverno de Rihanna e o chapéu de Jennifer Lopez.

Na galeria de imagens em cima, percorra todos os coordenados da passadeira vermelha que celebrou O léxico da moda.