Portugal tem a Europa conquistada e o Mundo por conquistar
A selecção portuguesa de futsal inicia nesta segunda-feira (18h) a participação no Mundial. A campeã da Europa tem falhado a conquista do Mundo e vai à Lituânia para o corrigir.
A selecção portuguesa de futsal está na Lituânia para fazer, assim espera, sete jogos em 21 dias. Se assim for, significa que terá a possibilidade de vencer o Mundial pela primeira vez.
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A selecção portuguesa de futsal está na Lituânia para fazer, assim espera, sete jogos em 21 dias. Se assim for, significa que terá a possibilidade de vencer o Mundial pela primeira vez.
Portugal tem a Europa conquistada – é o actual campeão –, mas tem o Mundo por conquistar. As melhores classificações nacionais remontam ao ano de 2000, com o terceiro lugar na Guatemala, e ao último Mundial, em 2016, com o quarto lugar.
E que probabilidade de sucesso tem Portugal na Lituânia? Em tese, está entre os principais candidatos ao título.
É certo que esta não é uma modalidade global – países como França, Itália, Inglaterra, Alemanha ou Países Baixos não são relevantes –, mas Portugal tem a concorrência de potências como Brasil ou Espanha, a actual campeã Argentina e selecções sempre capazes como Irão (equipa muito batida e experiente), bem como Cazaquistão e Rússia (muita magia brasileira misturada com o talento local).
Mas o valor da equipa nacional, bem como dos clubes portugueses nas provas europeias, não permite baixas expectativas para a sexta participação no Mundial. Quer isto dizer que um terceiro lugar ou uma final perdida, superando o quarto lugar de 2016, seriam resultados positivos? Para Jorge Braz, seleccionador nacional, sim.
“Sabemos que é muito difícil [melhorar 2016], mas é algo que ambicionamos muito. Acho que é um objectivo realista, mas extremamente ambicioso e difícil. Gostamos de coisas difíceis e de nos superarmos. Temos de superar o resultado do último Mundial. É em busca disso que vamos”, sublinhou o seleccionador, à Lusa.
Marrocos, Tailândia e Ilhas Salomão
Para chegar à fase a eliminar, Portugal tem, primeiro, de superar o grupo C – uma tarefa que, em condições normais, não será hercúlea.
Depois de mais de um mês em estágio, com seis vitórias e uma derrota em jogos particulares, Portugal inicia o Mundial nesta segunda-feira, frente à Tailândia (18h de Portugal continental), antes de defrontar as Ilhas Salomão e Marrocos.
Em teoria, o calendário é simpático: colocando os adversários em três patamares, Portugal começa com o intermédio, a Tailândia, depois com o mais fraco, Salomão, e termina com o mais forte, Marrocos, mas podendo já ter o apuramento “no bolso” antes dessa partida.
E para não restarem dúvidas sobre o favoritismo nacional, Portugal nunca perdeu um jogo com qualquer destas equipas e, no caso das Ilhas Salomão, estará a defrontar a equipa que ainda hoje detém o indesejado recorde de mais golos sofridos num jogo do Mundial: perdeu 31-2 frente à Rússia, em 2008.
Ricardinho está, Cardinal não
E que armas leva a equipa portuguesa? Esta é uma convocatória com alguns nomes consagrados, mas também com talento emergente.
Ricardinho, Bruno Coelho e João Matos são os “donos” da equipa, pela experiência na modalidade e na própria selecção nacional, mas jogadores como Afonso Jesus, Paçó ou Zicky Té levarão juventude.
Erick Mendonça, também ele em estreia em Mundiais, apontou precisamente isso. “A nível da irreverência, os mais jovens podem ter outra disponibilidade física, enquanto os mais velhos têm a experiência de quem joga Mundiais. O Ricardinho já leva quatro Mundiais e eu vou para o primeiro. Nesse sentido, não há como enganar: ele leva uma bagagem muito maior do que eu. Ter esse misto de gerações pode ser bastante benéfico, pois cada um pode oferecer coisas diferentes”, analisou.
O que falta à equipa? Falta Cardinal. Tal como no Europeu de 2018, Portugal terá de ser campeão sem o seu principal pivot, levando Erick Mendonça ou o próprio Zicky Té como jogadores capazes de assumir a função.
No plano defensivo, João Matos, André Coelho e Erick terão um papel fundamental na protecção a uma baliza que, sem o presumível titular Edu (covid-19), leva o habitual trio de trintões: Vítor Hugo e Bebé, de 39 anos, e André Sousa, de 36.
Apesar da solidez da equipa, não há como fugir: Ricardinho e Pany Varela serão os “game changers” desta equipa e deles se espera rasgo e criatividade para desbloquear defesas densas.