Artista Sebastião Peixoto vence Grande Prémio da Bienal de Ilustração de Guimarães
Terceira edição da bienal começa este sábado e decorre até 31 de Dezembro, com exposições, novas edições e um ciclo de palestras.
O artista Sebastião Peixoto venceu o Grande Prémio da Bienal de Ilustração de Guimarães (BIG), cuja terceira edição começa este sábado, prolongando-se até 31 de Dezembro, informou a organização
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O artista Sebastião Peixoto venceu o Grande Prémio da Bienal de Ilustração de Guimarães (BIG), cuja terceira edição começa este sábado, prolongando-se até 31 de Dezembro, informou a organização
Licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes do Porto, o ilustrador, nascido em 1972, já publicou obras em várias revistas e jornais, já colaborou com editoras como a Planeta, a Leya e a Porto Editora, e foi um dos 65 artistas seleccionados para a exposição do Prémio Nacional BIG, patente desde agora no Palácio Vila Flor, em Guimarães.
Sucessor de João Fazenda, vencedor do Grande Prémio BIG em 2017, e de André Letria, distinguido em 2019, o autor de Braga recebeu um prémio de cinco mil euros e um diploma, por parte da cooperativa cultural Motor e da Câmara Municipal de Guimarães, entidades organizadoras.
A partir das 182 obras seleccionadas para a exposição, a organização atribuiu ainda o Prémio BIG Revelação, no valor de mil euros, a Eva Evita, arquitecta e ilustradora que já vencera um prémio de ilustração em porcelana da empresa Vista Alegre, em 2019, e os prémios BIG Aquisição, de 500 euros, a Ana Biscaia, António Jorge Gonçalves, Eduarda Lima, Mariana Rio e Marta Madureira.
Em conformidade com o que se lê no regulamento da bienal, o ilustrador Rui Ramos, presidente da cooperativa Motor, disse à Lusa que as distinções têm o “objectivo de dignificar o papel dos ilustradores no desenvolvimento cultural”, de livros, de revistas e de jornais, de cartazes ou de novos suportes tecnológicos.
As restantes exposições da BIG prolongam-se de 23 de Outubro até 31 de Dezembro, com o Centro Internacional de Artes José de Guimarães (CIAJG) a receber a obra de Cristina Reis, a quem foi atribuído o Prémio Carreira desta edição da BIG, no valor de 10 mil euros.
No sítio oficial da bienal, a organização justifica a distinção com o “trabalho único nos campos da cenografia e da comunicação gráfica” para o Teatro da Cornucópia, companhia fundada em 1973 por Luís Miguel Cintra e Jorge Silva Melo e dirigida pelo primeiro até 2016, ano da sua extinção. “O sucesso da companhia foi o seu sucesso. A inteligência e coerência do repertório multiplicaram-se pelos seus cenários e figurinos”, lê-se.
Rui Ramos realçou que a autora, formada em Pintura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, apresentou ao longo da carreira “um processo de trabalho árduo e com qualidade” e também que já era altura de entregar o prémio a uma mulher, depois de homenageados Luís Filipe de Abreu, em 2017, na edição inaugural, e Jorge Silva, em 2019.
Por entender “oportuno afirmar” o papel da mulher, o presidente da cooperativa Motor destacou ainda o lançamento de uma edição de Os Lusíadas em que os 10 cantos escritos por Luís de Camões são ilustrados por 10 autoras e o texto é adaptado ao “português contemporâneo” por Rita Marnoto, professora de Literatura na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
O edifício-sede da Sociedade Martins Sarmento vai exibir essas obras de ilustração, enquanto o Centro para os Assuntos de Arte e Arquitectura vai apresentar a exposição Condições Adversas, de André Letria, também vencedor do Prémio Nacional de Ilustração em 1999 e autor do desenho para o cartaz da terceira edição da BIG.
O programa da bienal inclui também um ciclo de palestras, intitulado A teia da ilustração, com três convidados de outras áreas profissionais que mantêm um contacto regular com a ilustração e a banda desenhada, na black box do CIAJG.
A jornalista Sara Figueiredo Costa reflecte sobre os diálogos entre texto e imagem, a partir da obra das autoras Maria João Worm e Isabel Baraona, em 26 de Novembro, o investigador João Ramalho Santos, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, fala sobre a relação entre ciência e arte, em 10 de Dezembro, e o músico Sérgio Godinho encerra o ciclo no dia 11 de Dezembro. Numa conversa intitulada As tantas ilustrações, agendada para as 15h00, o cantautor e poeta vai falar das suas incursões por esse campo artístico, com o qual contacta desde criança, lê-se na nota disponível no sítio oficial.