Apenas 0,4% das pessoas com vacinação completa foram infectadas com covid-19

Risco de hospitalização em pessoas vacinadas é cinco a dez vezes inferior ao de casos em pessoas sem protecção da vacina.

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Centro de vacinação contra a covid-19 Ricardo Lopes

Desde o início do processo de vacinação e até ao dia 3 de Setembro foram identificados 29.373 casos de covid-19 num total de 6.824.392 pessoas com vacinação completa há mais de 14 dias. Ou seja, apenas 0,4% de todas as pessoas com vacinação completa foram infectadas com o vírus, mostra o relatório semanal de monitorização das “linhas vermelhas” elaborado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

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Desde o início do processo de vacinação e até ao dia 3 de Setembro foram identificados 29.373 casos de covid-19 num total de 6.824.392 pessoas com vacinação completa há mais de 14 dias. Ou seja, apenas 0,4% de todas as pessoas com vacinação completa foram infectadas com o vírus, mostra o relatório semanal de monitorização das “linhas vermelhas” elaborado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Entre as infecções registadas após a finalização do esquema vacinal, apenas 1% dos casos (percentagem equivalente a 303 pessoas) obrigaram a internamento – 59% destas hospitalizações ocorreram em pessoas com 80 ou mais anos. O vírus provocou a morte de 309 pessoas com vacinação completa, com 77,3% destes óbitos a ocorrerem na faixa mais idosa da população (pessoas com 80 ou mais anos).

De acordo com este relatório, o risco de hospitalização em pessoas vacinadas é cinco a dez vezes inferior ao de casos sem vacinação. Cerca de 78% dos portugueses elegíveis para a vacinação já se encontram completamente imunizados contra o novo coronavírus e 85% já receberam pelo menos uma dose da vacina. De acordo com os dados mais recentes da Direcção-Geral da Saúde, Portugal já administrou 15.247.675 doses de vacina. 

O índice de transmissibilidade da covid-19 – também designado por R(t) – é inferior a 1 em todas as regiões de Portugal Continental. Em Portugal Continental, o valor do R(t) fixa-se em 0,87, o que quer dizer que cada pessoa infectada transmite o vírus, em média, a 0,87 pessoas. Se o valor deste indicador estiver abaixo de 1 – limite indicado pelo Governo na apresentação do plano de desconfinamento – considera-se que a transmissibilidade está controlada.

O Algarve é a região com o R(t) mais elevado, situando-se nos 0,93. A região Centro segue-se nesta lista (0,89), com Lisboa e Vale do Tejo logo atrás (0,88). No Norte do país, este índice de transmissibilidade fixa-se nos 0,85, faltando apenas o Alentejo, região com menor R(t) em Portugal Continental, nos 0,83.

A tendência geral deste relatório semanal mostra um abrandamento na intensidade da pandemia, com uma tendência decrescente também na incidência do vírus a nível nacional. Registou-se, ainda, uma redução na proporção de testes positivos – de 4,0% na semana passada para 3,1% nos últimos sete dias. Há que salientar, contudo, que foram realizados menos testes de detecção de SARS-COV-2 esta semana.

A variante Delta do vírus continua a ser a dominante no país, representando 100% dos novos casos analisados pelo INSA pela terceira semana consecutiva. Não foram registados quaisquer casos ligados à variante Alfa, com origem no Reino Unido, e que chegou a ser dominante no país durante o mês de Maio (atingindo 88,4% de prevalência nesse período).

Nos números de pacientes internados nas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), Portugal Continental apresenta uma tendência “estável a decrescente”, que se traduziu numa redução de ocupação dos 55% para 50% no número crítico de camas disponíveis. Esta folga na pressão dos serviços de saúde também se reflecte na estabilização do número de mortes por SARS-COV-2 – redução de 3% na última semana na mortalidade específica por covid-19.