Vitamina D3 e medicamentos para alergia reduzem replicação do SARS-CoV-2

Ensaios clínicos terão, no entanto, de ser feitos para se confirmar se esses compostos são adequados para o tratamento de doentes com covid-19.

Foto
Célula humana infectada com partículas do SARS-CoV-2 (a laranja) NIAID

Um estudo feito no Reino Unido, e divulgado esta quinta-feira, conclui que a vitamina D3 e alguns medicamentos para o tratamento de alergias, pneumonia, cancro, malária, tuberculose e hipertensão reduzem a replicação do coronavírus SARS-CoV-2 nas células humanas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Um estudo feito no Reino Unido, e divulgado esta quinta-feira, conclui que a vitamina D3 e alguns medicamentos para o tratamento de alergias, pneumonia, cancro, malária, tuberculose e hipertensão reduzem a replicação do coronavírus SARS-CoV-2 nas células humanas.

O estudo, que pode abrir caminho a novas linhas de tratamento da covid-19, foi publicado na revista científica PLOS Pathogens e realizado por uma equipa de cientistas da Universidade de Manchester, que usou culturas de células humanas infectadas com o SARS-CoV-2.

De acordo com a equipa, os medicamentos “ebastina” (antialérgico com acção anti-histamínica), “amodiaquina” (antimalárico), “atovaquona” (antipneumonia), “bedaquilina” (antituberculose multirresistente), “manidipina” (para a hipertensão), “abemaciclib” e “panobinostat” (anticancerígenos) e a vitamina D3 (que possui propriedades anti-inflamatórias e de reforço das defesas naturais) podem revelar-se promissores no tratamento da covid-19, uma vez que travaram a replicação do novo coronavírus em células humanas infectadas.

“O nosso estudo identificou compostos que são seguros em humanos e mostram eficácia na redução da infecção e replicação por SARS-CoV-2 em células humanas”, afirmam os autores, citados em comunicado pela PLOS Pathogens.

Ensaios clínicos terão, no entanto, de ser feitos para se confirmar se esses compostos são adequados para o tratamento de doentes com covid-19, ressalvam. Os autores do estudo lembram ainda que, apesar de promissores, “não são alternativas aos tratamentos existentes ou aos programas de vacinação” contra a covid-19.

Para quantificarem a carga viral nas culturas de células humanas, os investigadores usaram uma versão luminescente do SARS-CoV-2 (introduziram no vírus uma enzima que produz luz). Pelo menos mais de 4,5 milhões de pessoas morreram no mundo por covid-19, entre os mais de 220 milhões infectados com o SARS-CoV-2, detectado inicialmente no final de 2019 em Wuhan, cidade do Centro da China, e que se tornou pandémico.