Início do julgamento de Jacob Zuma por corrupção volta a ser adiado
Ex-Presidente sul-africano, acusado de vários crimes, está hospitalizado há várias semanas e está a cumprir uma pena de 15 meses de prisão.
O julgamento do ex-Presidente sul-africano Jacob Zuma, acusado de corrupção, foi novamente adiado por causa da situação clínica do antigo governante.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O julgamento do ex-Presidente sul-africano Jacob Zuma, acusado de corrupção, foi novamente adiado por causa da situação clínica do antigo governante.
Estava previsto que o depoimento de Zuma tivesse início esta quinta-feira, depois de o julgamento já ter sido adiado antes pelas mesmas razões. O ex-Presidente, de 79 anos, está hospitalizado há várias semanas e desde domingo que foi colocado oficialmente em regime de liberdade condicional clínica.
Zuma cumpria uma pena de 15 de meses na prisão de Estcourt por ter sido condenado por desobediência em tribunal num outro caso.
“A colocação de Zuma em liberdade condicional clínica significa que irá completar o resto da sua pena no sistema prisional comunitário, onde deverá cumprir um conjunto de condições específicas e será sujeito a supervisão até que a sentença termine”, afirmou o Departamento de Serviços Prisionais, através de um comunicado.
Zuma continua no hospital, mas pode ir para casa para continuar a receber cuidados médicos, explicou o seu porta-voz Singabakho Nxumalo. Não foram dados pormenores sobre o estado clínico do ex-Presidente.
O porta-voz da Fundação Jacob Zuma, Mzwanele Manyi, saudou a decisão da comissão de liberdade condicional.
Zuma foi condenado depois de se ter negado a cumprir a ordem emitida pelo Tribunal Constitucional para que fornecesse documentos no âmbito de uma grande investigação centrada em suspeitas de corrupção durante os nove anos em que governou (2009-2018).
No julgamento por corrupção, o ex-Presidente está acusado de 18 crimes incluindo fraude, corrupção, lavagem de dinheiro e extorsão, relacionadas com a compra de equipamento militar a cinco empresas de armamento europeias, em 1999. O fabricante francês do sector da Defesa enfrenta também acusações de corrupção e branqueamento de capitais. Tanto Zuma, como o grupo Thales sempre negaram as acusações.
Zuma continua a ser muito popular na África do Sul, apesar de todas as acusações, sobretudo na sua província de KwaZulu-Natal, e depois de se entregar à polícia na noite de 7 de Julho, o país viu-se a braços como uma onda de protestos, violência e pilhagens de uma dimensão nunca vista desde o fim do apartheid. Mais de 300 pessoas morreram, milhares de lojas foram pilhadas, destruídas e incendiadas.