Programa ProMuseus apoia 59 projectos com 1,8 milhões de euros e continuará em 2022
Um dos projectos seleccionados diz respeito ao chamado crânio da Aroeira. A candidatura apresentada pelo Museu Municipal Carlos Reis e pelo Museu Nacional de Arqueologia visa promover a apresentação pública deste que é o mais antigo fóssil humano encontrado em território português e um dos mais antigos da Europa.
O Programa de Apoio a Museus da Rede Portuguesa de Museus (ProMuseus) seleccionou este ano 59 projectos, a apoiar com 1,8 milhões de euros, e terá continuidade em 2022, revelou à agência Lusa fonte oficial.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O Programa de Apoio a Museus da Rede Portuguesa de Museus (ProMuseus) seleccionou este ano 59 projectos, a apoiar com 1,8 milhões de euros, e terá continuidade em 2022, revelou à agência Lusa fonte oficial.
Em 2021, o ProMuseus recebeu 101 candidaturas a concurso, “que apresentaram projectos de grande qualidade”, muitos deles na área da transição digital, uma das mais valorizadas”, indicou a secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira.
O investimento global para os 59 projectos apoiados, relativos a 52 museus, é de 1.818.437 euros e o Ministério da Cultura, através da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), garantirá 1.015,023 euros, ficando a diferença a cargo dos proponentes dos projectos, membros da rede, sobretudo autarquias, mas também fundações, igrejas, associações e misericórdias.
Gerido pela DGPC e destinado a promover a qualificação dos museus credenciados que constituem a RPM, desde que não sejam tutelados pela administração central, o ProMuseus apoiou em 2019 com cerca de um milhão de euros (600 mil dos quais comparticipados pela DGPC) 45 projectos de 38 museus. A ideia era prosseguir em 2020, mas a pandemia afectou o processo.
“O ProMuseus tinha tido a última edição em 2010. Reactivámos em 2019, com 45 projectos, que foram todos executados e terminados em 2020”, recordou a secretária de Estado sobre um programa considerado estratégico e que deveria ter prosseguido: “O problema é que estivemos nesse ano bastante tempo encerrados, o processo atrasou um pouco, e então decidimos abrir em Janeiro deste ano.”
Das 101 candidaturas apresentadas a concurso por 66 museus, sete foram excluídas por não cumprirem o regulamento, e 94 foram admitidas. Dessas, 35 não foram contempladas com apoio financeiro.
A esta edição do Programa concorreram museus de todas as regiões do país, incluindo instituições que passaram a fazer parte da RPM no próprio ano da abertura do concurso.
Como áreas preferenciais a apoiar foram definidas as parcerias, a transformação digital, o estudo, a investigação e as exposições, a divulgação, a mediação e a educação.
Ângela Ferreira indicou que a área da transição digital teve 17 projectos aprovados, enquanto a das parcerias teve quatro. “As parcerias são muito importantes porque são apresentadas por museus que pertencem à RPM, mas que podem vir acompanhados por outros que ainda não estejam credenciados, desenvolvendo a colaboração de trabalho em rede, que é um grande incentivo a estes espaços”, vincou.
Um dos projectos seleccionados, da área de parcerias, diz respeito ao chamado crânio da Aroeira, um fóssil humano com cerca de 400 mil anos. A candidatura apresentada pelo Museu Municipal Carlos Reis e pelo Museu Nacional de Arqueologia visa promover a apresentação pública deste fóssil humano, o mais antigo encontrado em território português e um dos mais antigos da Europa.
A exposição comissariada por João Zilhão sobre o projecto Arquevo-Arqueologia e Evolução dos Primeiros Humanos na Fachada Atlântica da Península Ibérica (da UNIARQ), sobre os trabalhos já decorridos no sistema cársico associado à nascente do rio Almonda, apresentar-se-á em Torres Novas no novo pólo de arqueologia do Museu Municipal Carlos Reis e “itinerará”, numa segunda fase, visando também o público do Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa.
Questionada pela Lusa se o ProMuseus vai continuar em 2022, a secretária de Estado disse: “Para o ano vamos manter a verba de um milhão, e depois, quiçá, podemos reforçar nos próximos anos, porque este programa é essencial. Nesta altura, em que os museus estiveram algum tempo fechados e com poucos visitantes, é preciso projectos que agarrem estas áreas das parcerias, transição digital, mediação e serviços educativos, de forma a conquistar novos públicos, e qualificar recursos humanos.”