Citroën Ami quer ser um marco na mobilidade urbana
É um carro sem o ser e, por isso, pode ser conduzido a partir dos 16 anos. Certo é que será difícil ter multas de velocidade aos seus comandos.
Com “a mobilidade em mudança, nomeadamente ao nível das regulamentações”, o Ami, para Nuno Marques, director da Citroën para a Península Ibérica, “marca um antes e um depois”, numa altura em que, defende o responsável, dever-se-ia centrar o discurso no número, distribuição e velocidade dos postos de carregamento em vez de na autonomia do carro A ou B.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Com “a mobilidade em mudança, nomeadamente ao nível das regulamentações”, o Ami, para Nuno Marques, director da Citroën para a Península Ibérica, “marca um antes e um depois”, numa altura em que, defende o responsável, dever-se-ia centrar o discurso no número, distribuição e velocidade dos postos de carregamento em vez de na autonomia do carro A ou B.
Esse, porém, não será um problema para o Ami, cuja pequena bateria se recarrega em qualquer tomada, demorando apenas três horas (haverá ainda, entre os opcionais, um cabo de carregamento para a rede pública ou Wallbox). A autonomia da bateria de 5,5 kWh de iões de lítio é de apenas 75 quilómetros, mas a Citroën não vê este número como uma falha. Primeiro, pelo tempo já referido de recarregamento, depois, porque um utilizador urbano, em média, não anda mais do que 50 quilómetros por dia.
Com 2,41 metros de comprimento, 1,39m de largura e 1,52m de altura, o Ami é um veículo do tipo quadriciclo ligeiro (L6e), o que significa que, em Portugal, pode ser conduzido por maiores de 16 anos, desde que apresentem carta da categoria B1. E a marca acredita que não só poderá conquistar clientes deste nicho como muitos outros, valendo-se da facilidade com que se deixa conduzir, manobrar e estacionar, com um diâmetro de viragem de 7,2m.
Posta à prova a agilidade, o Ami mostra-se perfeitamente à vontade em praticamente todas as artérias citadinas. E, se por um lado se pode usufruir do conforto de se estar protegido por um habitáculo (e da segurança, graças a uma estrutura tubular em aço), cada buraquinho é perfeitamente sentido, assim como as típicas lombas de redução de velocidade — absolutamente desnecessárias no caso do Ami, que está limitado a 45 km/h, tornando-se dessa forma um excelente aliado para evitar multas por distracção dentro das localidades.
Claro que a sua velocidade máxima não representa apenas vantagens: não se pode atravessar o rio Tejo pela 25 de Abril ou pela Vasco da Gama e, apesar de a sua circulação ser admitida na Segunda Circular, o arrojo não é aconselhado a cardíacos. Significa isto que é uma má ideia enfrentar uma cidade como a de Lisboa com um Ami? Nem por isso — apenas é importante estudar o trajecto com antecedência.
No seu interior, destaca-se a luminosidade, pelo facto de a maioria das superfícies acima da linha de cintura serem vidradas, sendo que as janelas abrem ao estilo do 2 CV. Como já se referiu, o conforto é limitado, o que não se pode dizer do espaço: o Ami é extremamente espaçoso para ambos os ocupantes que admite, com os lugares ligeiramente desfasados de forma a proporcionar maior à vontade ao nível dos ombros (e o espaço que fica em frente do pendura dá até para um trolley de viagem). Para o condutor é importante assinalar que a posição o coloca ao nível dos restantes utilizadores de veículos de quatro rodas.
O Ami pode ser configurado no modo “faça você mesmo”, com a aquisição de uma caixa com diversos elementos decorativos, ou nas versões Pop e Vibe, montadas de fábrica, existindo ainda uma versão Cargo que elimina o segundo lugar, transformando esse espaço para o transporte de objectos.
A compra é feita exclusivamente online, mas o apoio ao processo pode ser encontrado em 27 dos 29 concessionários da rede em Portugal e em quatro lojas Fnac (Braga; Lisboa, Amoreiras; Porto, Santa Catarina; e Viseu). Os preços arrancam nos 7350 euros e, para já, ainda não há soluções de crédito disponíveis, mas a Citroën garante estar a estudar outras formas de pagamento.