Pedro Penim, Victor Hugo Pontes e Dead Combo na nova temporada do Teatro São Luiz
A temporada 2021-2022 abre no dia 15 de Setembro.
A nova temporada do Teatro São Luiz, em Lisboa, apresentada nesta terça-feira, inclui novos espectáculos de Pedro Penim, Cristina Carvalhal, Victor Hugo Pontes e Joana Gama, entre outros, bem como a despedida dos palcos dos Dead Combo, marcada para Dezembro.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A nova temporada do Teatro São Luiz, em Lisboa, apresentada nesta terça-feira, inclui novos espectáculos de Pedro Penim, Cristina Carvalhal, Victor Hugo Pontes e Joana Gama, entre outros, bem como a despedida dos palcos dos Dead Combo, marcada para Dezembro.
A temporada 2021-2022 abre no dia 15 de Setembro, com Pais & Filhos, um desafio lançado pelo São Luiz ao actor e encenador Pedro Penim, recém-nomeado director artístico do Teatro Nacional D. Maria II, para que apresentasse um texto clássico — neste caso, Penim parte do clássico russo de 1862 de Ivan Turgueniev. Em cena até 3 de Outubro, o espectáculo "combina a pujança literária de um dos romances mais celebrados da literatura mundial com a linha da frente do debate social contemporâneo sobre um tema espinhoso, revitalizado pelo activismo revolucionário queer: a abolição da família”.
Em 26 de Setembro, estreia-se Sou uma Ópera, um Tumulto, uma Ameaça, criação de Cristina Carvalhal, baseada em O mundo ardente, de Siri Hustvedt, em cuja história são evocadas figuras como “uma escritora obcecada pelo funcionamento da mente consciente, a artista-plástica-personagem do romance que está a escrever, e Margaret Cavendish, a filósofa-investigadora-romancista do século XVII, que lhe assombra os dias”.
Já em Outubro, entre 22 e 24, chega ao São Luiz Meio no Meio, criação de Victor Hugo Pontes, que é o culminar de um projecto que durou três anos e envolveu um grupo intergeracional de Almada, Barreiro, Lisboa e Moita, ao qual se juntaram intérpretes profissionais.
“Acompanhando a vida destes participantes ao longo de três anos, atravessados por uma pandemia, Meio no Meio parte das ideias de percurso e de expectativa; de memória e autobiografia; e do movimento incessante de corpos levados ao limite por Victor Hugo Pontes, na sua linguagem coreográfica tão singular”, descreve o Teatro São Luiz.
Com direcção artística de Victor Hugo Pontes e texto da directora artística do Teatro do Vestido, Joana Craveiro, Meio no Meio foi desenvolvido no âmbito da 3.ª edição do programa Partis, da Fundação Calouste Gulbenkian, para inclusão social através de práticas artísticas, com coordenação da associação Artemrede.
Também em Outubro, entre 18 e 24, estará em cena Eu sou Clarice, nova peça de Rita Calçada Bastos, que é o segundo espectáculo de uma trilogia, que terminará com À procura de Chaplin. O primeiro espectáculo da trilogia, Se eu fosse Nina, estreou-se online em Março deste ano.
Em Eu sou Clarice, Rita Calçada Bastos “propõe-se criar um objecto teatral a partir da vida e da obra de Clarice Lispector, escritora que sempre a intrigou”.
Nesta temporada, a programação musical inclui concertos de Gil do Carmo, Marco Oliveira, Sara Tavares, Dead Combo, Moreno Veloso, Sara Correia e o festival Live in a Box.
Os concertos dos Dead Combo no São Luiz, em 20 e 21 de Dezembro, marcam a despedida da banda dos palcos, o que deveria ter acontecido no ano passado mas acabou adiada devido à pandemia da covid-19 e a problemas de saúde de um dos elementos do grupo.
A dupla Tó Trips e Pedro Gonçalves anunciou, a 1 de Outubro de 2019, que os Dead Combo iriam acabar, mas não sem antes se lançarem num “passeio pela [sua] história”, que os levaria numa digressão de despedida, iniciada em Dezembro desse ano em Lisboa e que deveria ter terminado em 2020.
A digressão de despedida começou na Galeria Zé dos Bois (ZDB), o mesmo sítio onde Pedro Gonçalves e Tó Trips se conheceram, formando pouco depois, em 2003, a identidade musical dos Dead Combo, com um contrabaixo e uma guitarra eléctrica em torno de referências que vão da música portuguesa à americana, passando pela América Latina.
Nos espectáculos dedicados aos mais novos, a pianista Joana Gama apresenta, entre 16 e 26 de Setembro, As árvores não têm pernas para andar, concerto no qual dá a conhecer histórias “sobre o mundo maravilhoso das árvores, com a ajuda de um pequeno grande instrumento: o “toy” [brinquedo, em inglês] piano”.
A programação dedicada aos mais novos conta com a visita-espectáculo Os Sapatos do Sr.Luiz, de Madalena Marques (percurso por vários espaços do teatro); Passagem Secreta, de Fernando Mota, ("um solo que junta música, teatro, artes visuais e poesia"); Não (espectáculo que "nasceu a partir de um diálogo entre o encenador Giacomo Scalisi e o escritor Afonso Cruz sobre os seus livros Paz Traz Paz e O Livro do Ano"), e Má Educação - Peça em 3 Rounds, de Inês Barahona e Miguel Fragata (com o palco a “transformar-se num ringue de boxe").
A temporada 2021/2022 do São Luiz inclui ainda homenagens a Amália Rodrigues, José Saramago e Manuel Alegre. A 29 de Outubro, 100 músicos para Amália junta músicos de diferentes áreas musicais para interpretarem o legado da fadista.
A homenagem a Manuel Alegre, Um só dia, está marcada para 6 de Outubro. O espectáculo tem curadoria da cantora Joana Alegre, filha do político e poeta, e conta com a participação especial de Jorge Palma, Cristina Branco e Ana Bacalhau.
No dia de aniversário do Nobel da Literatura português José Saramago, que completaria 99 anos a 16 de Novembro, o São Luiz recebe um concerto pela Orquestra Metropolitana de Lisboa sob direcção do maestro titular, Pedro Neves. O programa é composto por As sete últimas palavras de Cristo na cruz, de Joseph Haydn, com leitura de textos de José Saramago.
A temporada completa pode ser consultada no site oficial do teatro municipal São Luiz.