BE quer esclarecer na AR enquadramento fiscal do programa Garantir Cultura

O partido considerou que o “enquadramento fiscal deste programa” se revelou “confuso” e “descabido” e que, por isso, está a “comprometer os objectivos” para o qual foi criado.

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O BE requereu a audição do secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes (na foto), e da directora-geral do Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliações Culturais, Fernanda Soares Heitor Rui Gaudencio

O grupo parlamentar do BE requereu uma audição no parlamento com carácter de urgência ao secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, a propósito do enquadramento fiscal do programa Garantir Cultura.

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O grupo parlamentar do BE requereu uma audição no parlamento com carácter de urgência ao secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, a propósito do enquadramento fiscal do programa Garantir Cultura.

De acordo com um requerimento endereçado ao presidente da Comissão de Orçamento e Finanças, a que a agência Lusa teve acesso este sábado, a bancada bloquista recordou que este programa foi lançado pelo executivo socialista para “financiar a criação e programação culturais” e que tem duas linhas de financiamento distintas: uma para empresa e outra para entidades singulares ou colectivas sem natureza empresarial.

O Governo, prosseguiu o BE, explicitou que “o apoio é prestado fora do campo de sujeição do IVA” e “embora a instrução não seja muito clara, parece implicar que os receptores de financiamento serão responsáveis pelo pagamento das parcelas das despesas correspondentes ao IVA”.

“Esta interpretação foi depois confirmada no processo de introdução de despesas dos primeiros projectos na plataforma digital criada para o efeito”, acrescentou a bancada liderada por Pedro Filipe Soares.

O BE sustentou que “embora as entidades empresariais possam deduzir o IVA gasto em sede fiscal, o mesmo enquadramento não se aplica aos beneficiários individuais ou colectivos sem actividade empresarial, que ficarão, em última análise, responsáveis pelo autofinanciamento, em 23% — ou a taxa de IVA aplicável —, das despesas afectas ao projecto”.

O partido considerou que o “enquadramento fiscal deste programa” se revelou “confuso” e “descabido” e que, por isso, está a “comprometer os objectivos” para o qual foi criado.

Nesse sentido, o grupo parlamento do BE requereu, “com carácter de urgência”, a audição do secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, e da directora-geral do Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliações Culturais (GEPAC), Fernanda Soares Heitor.

A audição desta responsável prende-se com a informação prestada pela GEPAP de que “particulares e entidades colectivas sem fins lucrativos devem emitir um documento contabilístico, como um recibo verde”.

O partido considerou que a obrigatoriedade de emissão deste recibo para estas actividades revela-se injusta e duplamente penalizadora, que, em acrescento ao IVA suportado, os beneficiários ficam agora sujeitos à incidência de IRS e Segurança Social sobre a totalidade do apoio recebido”.