Dirigentes demissionários do Aliança apresentam queixa no TC contra presidente
Paulo Bento é o actual presidente do partido criado por Pedro Santana Lopes que entretanto se desfiliou.
Um grupo de dirigentes demissionários da Aliança apresentaram nesta quinta-feira uma queixa ao Tribunal Constitucional em que acusam o presidente do partido, Paulo Bento, de “ilegalidades”, refutando o próprio “totalmente” as “acusações caluniosas”.
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Um grupo de dirigentes demissionários da Aliança apresentaram nesta quinta-feira uma queixa ao Tribunal Constitucional em que acusam o presidente do partido, Paulo Bento, de “ilegalidades”, refutando o próprio “totalmente” as “acusações caluniosas”.
Em comunicado de imprensa, sete dirigentes demissionários da Aliança referem que apresentaram hoje uma queixa ao Tribunal Constitucional contra o presidente do partido, Paulo Bento, e o director executivo, Florival Pinto, por “falta de transparência, sonegação de informação, gestão danosa, abuso de poder e fraude eleitoral”.
Entre as “ilegalidades” que imputam aos dois dirigentes da Aliança, o grupo de demissionários alega que houve, entre outros, “angariação de donativos numa conta bancária particular”, “não prestação das contas de 2020 à Entidade das Contas”, “não apresentação das contas do exercício de 2020 aos militantes” e “reiterada sonegação de informação quanto a extractos bancários”.
“Os signatários do documento acusam Paulo Bento e Florival Pinto de não terem perdido os maus hábitos adquiridos “noutras paragens” e de serem os “coveiros” da Aliança, por terem causado graves danos ao partido e condicionado seriamente a sua afirmação e o seu futuro, através de jogadas típicas da “velha e baixa política”, em completo desrespeito pelos valores da Aliança e por tudo o que são os princípios da ética democrática”, lê-se no comunicado.
Em declarações à Lusa, Paulo Bento refutou “totalmente" as “acusações caluniosas”, considerando que os dirigentes demissionários “mais não do que dirigentes ressabiados por não fazerem parte - a maioria deles - de listas de candidaturas, por razões e única responsabilidade própria”.
“É o exemplo vivo do que é a falta de respeito pelo partido. Do modo em que o partido se encontra em processo de eleitoral, em dezenas de concelhos -- quer em coligação, quer sozinho -, este conjunto pequeno de dirigentes (...) entende que é a maneira de ajudar o partido, tentando prejudicá-lo com notas de imprensa, com queixas caluniosas e que refuto totalmente”, indicou o presidente da Aliança.
Paulo Bento referiu ainda que rejeita tratar a questão em “praça pública” e que, “felizmente”, a Aliança tem um congresso marcado para o dia 30 e 31 de Outubro onde será abordada a matéria.
Reagindo também à “tentativa desesperada de salvar” a Aliança, que os sete membros demissionários dizem ter motivado a apresentação da queixa junto do Tribunal Constitucional, Paulo Bento disse que o partido “nunca esteve tão vitalizado como agora”.
“A Aliança, neste momento, concorre em 33 concelhos do país às eleições autárquicas, com a perspectiva de eleger algumas dezenas de militantes seus no processo autárquico. Um partido que tem zero eleitos em qualquer lugar público, se eles entendem que o partido está moribundo, é a interpretação deles”, sublinhou.
O Aliança vai concorrer a 33 dos 308 concelhos do país nas eleições autárquicas de Setembro, com listas próprias em três municípios e em coligação nos restantes 30.
Na maioria das 30 coligações que integra, a Aliança junta-se ao CDS-PP (20) e ao PSD (17), apresentando-se ainda aos eleitores em acordos concelhios com o PPM, PDR, MPT, RIR e Nós Cidadãos.
O partido concorre em 12 dos 18 distritos do continente (Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Lisboa, Porto, Setúbal, Viana do Castelo e Vila Real) e na Região Autónoma da Madeira.