Congresso quer saber se a Casa Branca ajudou a organizar invasão do Capitólio
A comissão de inquérito que investiga os incidentes de 6 de Janeiro pediu as transcrições das comunicações de elementos da Administração Trump nos dias anteriores.
A investigação do Congresso dos EUA à invasão do Capitólio de 6 de Janeiro por apoiantes de Donald Trump vai tentar apurar o papel que o então ex-Presidente e o seu círculo mais próximo desempenharam na possível preparação e incitamento a acções violentas.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A investigação do Congresso dos EUA à invasão do Capitólio de 6 de Janeiro por apoiantes de Donald Trump vai tentar apurar o papel que o então ex-Presidente e o seu círculo mais próximo desempenharam na possível preparação e incitamento a acções violentas.
No final de Julho, a Câmara dos Representantes, de maioria democrata, instalou uma comissão de inquérito para investigar os incidentes de 6 de Janeiro, quando centenas de apoiantes de Trump invadiram o edifício do Capitólio em Washington para evitar a certificação da vitória de Joe Biden. Morreram cinco pessoas e perto de 140 ficaram feridas durante os confrontos com a polícia.
Até agora, as audições da comissão têm-se concentrado no que aconteceu durante o dia de 6 de Janeiro, mas, de acordo com o Guardian, as investigações estão prestes a entrar numa nova fase, que incide no período que antecedeu a invasão ao Capitólio. Esta linha de inquérito destina-se a apurar se Trump e outros elementos da Casa Branca tiveram algum tipo de influência sobre o desenrolar dos acontecimentos que levaram à invasão.
Os membros da comissão querem ter acesso às transcrições de comunicações entre elementos da anterior Administração que possam conter referências a possíveis acções violentas nos dias anteriores a 6 de Janeiro. Os pedidos foram feitos pelo congressista Bennie Thompson, que preside à comissão de inquérito.
Em causa está um período em que Trump e os seus aliados exerceram pressão sobre congressistas republicanos e sobre o próprio vice-presidente, Mike Pence, responsável pela certificação do resultado eleitoral, para travarem o processo, abrindo uma potencial crise constitucional. Trump questionou os resultados das eleições de 3 de Novembro de 2020, alegando fraude eleitoral em estados cruciais onde foi derrotado. Nenhum tribunal lhe deu razão, mas o então Presidente continuou a não reconhecer a derrota.
Em Junho, os republicanos chumbaram a criação de uma comissão de inquérito semelhante à que investigou os atentados de 11 de Setembro de 2001, receando que o partido pudesse vir a ser implicado na invasão ao Capitólio.