CircularSeas: Politécnico de Leiria transforma plástico do mar em produtos ecológicos
Alguns exemplos de reaproveitamento dos resíduos poderão ser a criação de caixas para peixe ou moldes termoplásticos para barcos, através da utilização da impressão 3D, para as actividades económicas das indústrias marítimas.
O Politécnico de Leiria vai transformar os resíduos de plástico recolhidos no mar em produtos ecológicos através da impressão 3D, no âmbito do projecto CircularSeas, de que é parceiro, informou esta terça-feira, 31 de Agosto, aquela instituição de ensino.
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O Politécnico de Leiria vai transformar os resíduos de plástico recolhidos no mar em produtos ecológicos através da impressão 3D, no âmbito do projecto CircularSeas, de que é parceiro, informou esta terça-feira, 31 de Agosto, aquela instituição de ensino.
O projecto CircularSeas está a ser desenvolvido em Portugal pelo CDRSP — Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado de Produto do Politécnico de Leiria e visa a redução do impacto ambiental nos oceanos.
O objectivo deste projecto é promover a economia verde no Atlântico, através do desenvolvimento de produtos inovadores e ecológicos, peças e componentes para as indústrias marítimas, com a combinação da tecnologia 3D, utilizando resíduos de plástico recolhidos do mar e de novos polímeros de alto desempenho, renováveis e biodegradáveis, refere uma nota de imprensa do Politécnico de Leiria.
Com início em 1 de Abril de 2019, o projecto terminará em 1 de Março de 2022 e pretende até lá “aumentar a valorização dos resíduos de plástico marítimos, resultante das indústrias marítimas e também deixados nas praias (poluição) para converter num produto útil”.
Alguns exemplos de reaproveitamento dos resíduos poderão ser a criação de caixas para peixe ou moldes termoplásticos para barcos, através da utilização da impressão 3D, para as actividades económicas das indústrias marítimas.
Segundo o Politécnico de Leiria, outras das metas do projecto é encorajar a comunidade a recolher os plásticos dos oceanos, “promovendo a sua despoluição e reduzindo o uso de peças de base plástica na indústria marítima, nomeadamente para os sectores da pesca e estaleiros”, além de “diversificar as actividades económicas vinculadas ao crescimento verde”.
“Este trabalho consolida a missão do CDRSP na área da investigação como líder da manufactura directa digital, bem como reforça o seu posicionamento nacional e internacional na área da economia circular, afirma o director do Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado de Produto, Nuno Alves, citado na nota de imprensa.
O CircularSeas conta com um co-financiamento da União Europeia de quase 1,5 milhões de euros, através do European Regional Development Fund integrado no Interreg Atlantic Area Programme.
Cinco países estão envolvidos nas entidades parceiras do projecto, através da Leartiker da Azaro Fundazioa, que lidera, e Universidade de Vigo (Espanha), Cork Institute of Technology (Irlanda), University of Plymouth (Reino Unido), Communauté d'Agglomération de La Rochelle da Université de La Rochelle (França) e CDRSP do Politécnico de Leiria (Portugal).
Tendo em conta os parceiros envolvidos no CircularSeas, as actividades práticas de recolha de resíduos de plástico decorrem em Peniche, distrito de Leiria (Portugal), Ondarroa e Vigo (Espanha), La Rochelle (França), Cork (Irlanda) e Plymouth (Reino Unido).
Em Portugal, a separação e selecção, lavagem e destruição do plástico (criação de granulado) decorreu nas últimas semanas e o objectivo é realizar o processo de tratamento desse plástico marítimo para a criação de novos produtos verdes, refere ainda a mesma nota.