Secretário de Estado admite que falta retirar mais de cem norte-americanos do Afeganistão
Numa conferência de imprensa depois da saída do último avião norte-americano de Cabul, Antony Blinken admite que falta retirar entre 100 e 200 pessoas do Afeganistão.
Os militares norte-americanos deixaram entre cem a duzentas pessoas para trás, no Afeganistão, quando o último avião do país saiu do aeroporto de Cabul esta segunda-feira. O número foi avançado pelo secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, numa conferência de imprensa na madrugada de terça-feira (hora de Lisboa), pouco depois de o Pentágono ter anunciado a conclusão da retirada dos EUA do Afeganistão.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Os militares norte-americanos deixaram entre cem a duzentas pessoas para trás, no Afeganistão, quando o último avião do país saiu do aeroporto de Cabul esta segunda-feira. O número foi avançado pelo secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, numa conferência de imprensa na madrugada de terça-feira (hora de Lisboa), pouco depois de o Pentágono ter anunciado a conclusão da retirada dos EUA do Afeganistão.
“Acreditamos que ainda existe um número pequeno de norte-americanos, abaixo dos 200 e provavelmente mais próximo dos 100, que estejam no Afeganistão e queiram sair”, começou por admitir o secretário de Estado.
Durante o discurso, Blinken garantiu que a administração Biden manterá os esforços para ajudar americanos, afegãos e outros a deixar o país, se assim o desejarem.”Começou um novo capítulo da relação [dos EUA] com o Afeganistão”, reforçou Blinken. A “missão militar” dará lugar a uma missão “diplomática.”
Os EUA já estão a identificar formas de apoiar norte-americanos e outros cidadãos afegãos que queiram sair, através das fronteiras terrestres com países vizinhos.
“Se for possível trabalhar com um novo governo afegão de uma forma que assegure os interesses nacionais [dos EUA], faremos isso”, realçou Blinken. No entanto, não existirá uma relação de confiança com os taliban e a embaixada em Cabul permanecerá fechada. Os diplomatas serão transferidos para Doha, no Quatar.
“Temos expectativas dos taliban, mas não vamos depender dos taliban”, clarificou Anthony Blinken. “A acção dos EUA não será baseada nas palavras dos taliban, mas nas acções.”
Os EUA esperam que os taliban cumpram a promessa de autorizar a saída dos cidadãos que queiram sair e assegurem que o país não pode ser utilizado como base de organizações terroristas.
Apesar de os EUA admitirem que existem entre 100 a 200 pessoas por evacuar, Blinken reconhece que o número pode aumentar no futuro. Para alguns, abandonar o Afeganistão é uma decisão difícil devido às raízes e famílias que criaram nos últimos anos. “A decisão de sair não tem prazo de validade”, garantiu o político norte-americano. “Se nos contactarem daqui a um ano, vamos ajudá-los a sair”, explicou. “O nosso compromisso [com os norte-americanos no Afeganistão] não tem deadline.”
Ao todo, os EUA já retiraram mais de 123 mil norte-americanos do Afeganistão.