Cidade de South Lake Tahoe colocada em alerta de evacuação por causa de incêndio na Califórnia

As chamas ardem já há duas semanas. Ventos fortes, temperaturas altas e o terreno acidentado dificultam o combate às chamas. Bombeiros dizem agora que só a 8 de Setembro poderão ter o incêndio controlado.

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As autoridades emitiram um alerta de evacuação para a cidade South Lake Tahoe, de mais de 22 mil habitantes devido ao avanço do incêndio Caldor que continua a avançar na zona da bacia hidrográfica do Lago Tahoe, na Califórnia. South Lake Tahoe ficou ameaçada nas últimas horas pelas chamas “mais agressivas do que o esperado” de um incêndio que há duas semanas ameaçam as comunidades da zona montanhosa.

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As autoridades emitiram um alerta de evacuação para a cidade South Lake Tahoe, de mais de 22 mil habitantes devido ao avanço do incêndio Caldor que continua a avançar na zona da bacia hidrográfica do Lago Tahoe, na Califórnia. South Lake Tahoe ficou ameaçada nas últimas horas pelas chamas “mais agressivas do que o esperado” de um incêndio que há duas semanas ameaçam as comunidades da zona montanhosa.

No final de domingo, milhares de residentes do lado californiano da bacia do Lago Tahoe receberam ordem para abandonar as suas residências. Outras localidades desta zona turística foram colocadas em alerta. Esta segunda-feira, coube a vez a todos os residentes de South Lake Tahoe receberem a informação para estarem preparados para abandonarem as suas casas. E a ordem de retirada obrigatória pode acontecer ainda durante o dia de hoje, diziam os bombeiros à imprensa.

Jeff Marsoleis, guarda-florestal da Floresta Nacional de El Dorado, afirmou no domingo que os bombeiros pensavam poder conseguir controlar as chamas até esta segunda-feira, mas o fogo “descontrolou-se” e as chamas alastraram-se rapidamente pelas montanhas e áreas mais populosas da zona. Por isso, bombeiros e protecção civil concentraram-se em “retirar as pessoas e proteger vidas”, nas palavras de Eric Schwab, chefe do do Departamento Florestal e de Protecção de Incêndios da Califórnia (DFPIC).

O incêndio começou a 14 de Agosto e, até à manhã de domingo, apenas 19% das suas frentes estavam contidas, quando já tinham sido queimados 63.500 hectares (635 km2), uma área superior ao concelho de Elvas. Mais de 600 estruturas foram destruídas e pelo menos 18 mil estão ameaçadas.

O combate às chamas tem sido dificultado pelo terreno e pelas condições atmosféricas, o que obrigou os bombeiros a alterar a sua previsão do controlo das chamas, do princípio desta semana para 8 de Setembro.

“É devido a estes ventos, à baixa humidade” que este incêndio “se está a expandir tão rapidamente”, disse à KTVN Clive Savacool, o chefe dos bombeiros da cidade de South Lake Tahoe. 

Stephen Horner, do DFPIC, refere que o incêndio acabou por criar o seu próprio vento e clima propício ao seu desenrolar nos desfiladeiros do terreno. Algumas áreas são tão acidentadas que obrigaram os bombeiros a carregar manualmente as mangueiras de incêndio a partir da auto-estrada 50.

As condições atmosféricas continuam a dificultar a vida aos bombeiros, com temperaturas previstas que podem superar 37ºC nos próximos dias. Foram emitidos alertas vermelhos para esta segunda e terça-feira para toda a Sierra Nevada, onde se localiza o lago.

Os incêndios que deflagram no estado da Califórnia estão entre os quase 90 que ardem nos Estados Unidos. Muitos estão localizados no Oeste do país, queimando árvores e vegetação ressequida pela seca.

Mais de uma dezena de incêndios estão a ser combatidos por mais de 15200 bombeiros em toda a Califórnia. As chamas já destruíram cerca de duas mil estruturas e forçaram milhares de pessoas a fugir das chamas, ao mesmo tempo cobrindo a região a Oeste com nuvens de fumo prejudiciais à saúde.

O Departamento da Defesa dos EUA irá enviar 200 militares e equipamento do estado de Washington, incluindo meios aéreos, para ajudar os bombeiros a combater as chamas no Norte da Califórnia.

Segundo os cientistas, durante os últimos 30 anos as alterações climáticas tornaram a região mais quente e seca, e vão continuar a potenciar eventos climáticos mais extremos e incêndios mais destrutivos.