Jerónimo quer aumento do salário mínimo para 850 euros e valorização do emprego
Nas palavras do dirigente do PCP, o aumento geral de salários para todos os trabalhadores “é importante para os trabalhadores, mas é essencial para o país”, sendo preciso que o salário mínimo suba para os 850 euros, mas é também “necessário um aumento significativo do salário médio”.
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, declarou este domingo que “é preciso aumentar o salário mínimo nacional para 850 euros” e ao mesmo tempo é “preciso valorizar as profissões e as carreiras”, aumentando as restantes remunerações.
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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, declarou este domingo que “é preciso aumentar o salário mínimo nacional para 850 euros” e ao mesmo tempo é “preciso valorizar as profissões e as carreiras”, aumentando as restantes remunerações.
Falando no comício “Valorizar os salários, promover o emprego” em Vila Franca de Xira, que serviu para apresentar os candidatos da CDU às próximas eleições autárquicas, em 26 de Setembro, o líder do PCP aproveitou para, à margem do discurso escrito, criticar o secretário-geral do PS, António Costa, por não ter dado atenção ao problema dos baixos salários no Congresso dos socialistas em Portimão.
“Hoje, o secretário-geral do PS puxou bem a brasa à sua sardinha, mas não teve uma palavra para o aumento dos salários” dos trabalhadores, criticou Jerónimo de Sousa, considerando que “não pode continuar a situação de trabalhadores especializados, com elevadas responsabilidades, como por exemplo os motoristas, que recebem pouco acima do salário mínimo.
“Não pode continuar a situação de trabalhadores com uma experiência profissional de 20 ou 30 anos cujos salários estão equiparados ao salário mínimo e cuja carreira e empenho profissional ao longo de décadas é mandada para o caixote do lixo. Não pode continuar a situação de trabalhadores jovens com elevadas qualificações e que recebem salários baixos. Não pode continuar a situação de trabalhadores que tendo o salário mínimo ou pouco mais não têm possibilidade de ter um mínimo de condições de vida”, disse.
Nas palavras do dirigente do PCP, o aumento geral de salários para todos os trabalhadores “é importante para os trabalhadores, mas é essencial para o país”, sendo preciso que o salário mínimo suba para os 850 euros, mas é também “necessário um aumento significativo do salário médio”. Para Jerónimo de Sousa, não há futuro para Portugal com baixos salários, desigualdades e pobreza.
“Face à resistência das associações patronais, dos partidos que as representam, incluindo o Governo PS, que são mãos largas para dar milhões e milhões de euros para lucros e dividendos e boicotam aumentos de 90 euros para os trabalhadores que produzem a riqueza, o PCP apela aos trabalhadores para desenvolverem a luta e afirma a seu apoio de sempre à defesa e valorização dos seus direitos e condições de vida”, vincou.
Jerónimo de Sousa prometeu que o partido vai continuar a colocar na ordem do dia a valorização da contratação colectiva e a exigência da revogação das normas gravosas da legislação laboral, nomeadamente da caducidade da contratação colectiva e a reposição do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador.
“Mas a situação mostra que a política do PS, com as suas convergências e cedências ao grande capital com os outros partidos da política de direita, não responde aos interesses dos trabalhadores, está longe também de dar resposta aos problemas do país e a outros importantes problemas e necessidades imediatas de outras camadas do nosso povo, sejam os micro, pequenos e médios empresários que enfrentam grandes dificuldades, os agentes culturais e desportivos e muitas outras áreas e actividades”, observou.
Para atacar alguns desses problemas o PCP - disse Jerónimo de Sousa - tem apresentado diversas propostas, seja para prolongar moratórias bancárias e defender inquilinos e pequenos e médios empresários das consequências de previsíveis incumprimentos, a proposta para fixar um regime máximo de preços da energia e combustíveis, e em muitas outras nas áreas.
“Todos temos consciência que na sociedade portuguesa se manifestam grandes atrasos, crónicos problemas estruturais e graves problemas sociais. Problemas que não encontram solução com a atual política”, criticou ainda.
Saudando a candidata da CDU à presidência da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Joana Bonita, e todo os candidatos da CDU aos órgãos municipais e das freguesias, Jerónimo de Sousa realçou que a Coligação Democrática Unitária tem um “projecto distintivo, com solução e proposta alternativa à actual gestão” da autarquia e à de todas as outras forças políticas.
O líder do PCP mostrou-se confiante de que com o esclarecimento e mobilização para o voto na CDU será possível assegurar a viragem na vida do concelho de Vila Franca de Xira, permitindo uma vitória da CDU nas próximas autárquicas.
Jerónimo de Sousa reconheceu que as eleições “constituem uma batalha política de grande importância pelo que representam no plano local, mas também pelo que podem contribuir no plano nacional para melhor defender os interesses dos trabalhadores e do povo”.
Entre outras críticas à política do Governo, apontou que na Segurança Social o país continua a viver uma situação caótica e inaceitável, pois continuam “a faltar ao sistema público de Segurança Social centenas de trabalhadores”.
Um problema - explicou - que o PCP quis resolver, e o PS votou contra a proposta dos comunistas para a admissão urgente desses trabalhadores.
Daí resultam, disse, “os atrasos injustificáveis na resposta que deixam milhares de trabalhadores e reformados sem rendimento ou com rendimentos insignificantes, de que são exemplo os trabalhadores independentes que estão a viver situações dramáticas”.
Prometeu que o PCP continuará a lutar pelo reforço financeiro da Segurança Social, pela melhoria da protecção social dos trabalhadores desempregados e das pessoas com deficiência, pelo reforço dos direitos dos trabalhadores e das prestações familiares, pelo direito à reforma e a pensões dignas para todas as gerações, entre outras preocupações ligadas às creches, à educação e ao problema dos despedimentos colectivos e insolvências das empresas.
Quanto ao Programa de Recuperação e Resiliência, Jerónimo de Sousa comentou: “Dizem que há dinheiro e há, mas os problemas arrastam-se e o que se vê é toda a criação de um ambiente para o canalizar para os mesmos do costume, para os projectos do grande capital e dos grandes grupos económicos”.