Francisco Rodrigues dos Santos diz que António Costa vive sozinho “no país das maravilhas”
Para o líder do CDS, “a verdade é que o retrato do país não é cor-de-rosa como o primeiro-ministro pintou” no congresso do PS.
O presidente do CDS-PP defendeu este domingo que o primeiro-ministro demonstrou, no congresso do PS, estar sozinho “num país das maravilhas” enquanto o povo vive num cenário “bem negro” após seis anos de “retórica” sem eficácia nos problemas estruturais.
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O presidente do CDS-PP defendeu este domingo que o primeiro-ministro demonstrou, no congresso do PS, estar sozinho “num país das maravilhas” enquanto o povo vive num cenário “bem negro” após seis anos de “retórica” sem eficácia nos problemas estruturais.
As declarações de Francisco Rodrigues dos Santos foram proferidas esta tarde na apresentação da candidatura de Carla Rodrigues à Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, município do distrito de Aveiro onde, pela primeira vez na história, CDS e PSD concorrem coligados às eleições autárquicas.
O líder dos populares disse ter detectado no discurso de António Costa “uma incongruência insanável”, reveladora de um problema sério na comunicação socialista: “É que António Costa vive no país das maravilhas, mas os portugueses vivem no país de António Costa”.
Para Francisco Rodrigues dos Santos, “a verdade é que o retrato do país não é cor-de-rosa como o primeiro-ministro pintou”. “É bem negro e os portugueses sabem-no, porque a corrupção é cada vez maior, o PS ocupou com os seus amigos quer o Estado quer os órgãos que devem ser independentes para cumprir a sua missão e os portugueses nunca pagaram tantos impostos nem nunca foram tão escravizados para pagar uma máquina do Estado tão grande”, frisou.
O presidente do CDS deu ainda dois outros exemplos: “Nunca tantos milhões de portugueses esperaram e desesperam -- e alguns morreram -- à espera de um exame, uma consulta ou uma cirurgia nos hospitais, e nunca a nossa iniciativa privada e os nossos empresários tiveram um Estado que, de costas voltadas, quer atirar milhões de euros europeus para o sector público -- onde estão as suas clientelas -- em vez de apoiar quem cria riqueza e gera postos de trabalho”.
Relembrando a disponibilidade do CDS para incluir no próximo Orçamento do Estado novas medidas de apoio às famílias e de incentivo à natalidade, Francisco Rodrigues dos Santos criticou depois o argumentário do primeiro-ministro sobre esse tema, embora expressando-se com um lapso de linguagem que imediatamente corrigiu.
“António Costa quer resolver o problema da natalidade no nosso país com dotes de retórica e pozinhos de perlimpimpim, como se, por mágica, se resolvessem os problemas estruturais que o nosso partido apresenta... que este país apresenta, sobretudo num inverno demográfico que dura há já muito anos”, declarou.
Ao realçar que nunca nasceram em Portugal tão poucos bebés como hoje, o que atribui aos baixos salários, ao elevado custo de vida, à dificuldade no acesso à habitação, à idade cada vez mais avançada das primeiras gravidezes e à crescente incompatibilidade entre vida profissional e familiar, o presidente nacional do CDS culpou por esses problemas a estratégia governativa socialista, que considera assente na crença em “artes mágicas”.
“As causas [desta quebra demográfica] não estão a ser resolvidas por este Governo há seis anos a esta parte”, justificou Francisco Rodrigues dos Santos, classificando as medidas do PS a esse nível como “um insulto a quem quer ter filhos”.
Prometendo “propostas concretas que fazem uma verdadeira revolução na natalidade em Portugal”, Francisco Rodrigues dos Santos concluiu que o caminho que esperava ouvir António Costa seguir “é aquele que o CDS proporá nas próximas semanas”.
“Queremos uma rede de creches universal e tendencialmente gratuita, a isenção do IRS para famílias numerosas, uma majoração nas pensões para as famílias com mais filhos, uma mensalidade para quem queira ter filhos que lhes permita sustentar uma vida familiar. Queremos conciliar a vida familiar com a profissional através de novos mecanismos de apoio às mães, liberdade de escolha para as famílias poderem optar pela escola que mais se adequa às suas rotinas e estimular a nossa economia com um selo de “empresa amiga da família” que lhes dá benefícios fiscais”, anunciou.