Rocket mata uma criança em Cabul e EUA destroem carro em que seguiam terroristas

EUA realizaram ataque contra elementos do Daesh-K para prevenir um novo atentado, mas não está confirmado se estão por trás do rocket perto do aeroporto.

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As forças militares norte-americanas realizaram este domingo um ataque de drone em Cabul contra um carro onde seguiam “múltiplos bombistas terroristas” do Daesh antes de estes poderem atacar o aeroporto onde continuam as operações de evacuação, dizem os Estados Unidos. Quase ao mesmo tempo, um rocket atingiu uma casa perto do aeroporto, que na quinta-feira foi alvo de um atentado suicida que matou pelo menos 180 pessoas, incluindo 13 militares dos Estados Unidos.

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As forças militares norte-americanas realizaram este domingo um ataque de drone em Cabul contra um carro onde seguiam “múltiplos bombistas terroristas” do Daesh antes de estes poderem atacar o aeroporto onde continuam as operações de evacuação, dizem os Estados Unidos. Quase ao mesmo tempo, um rocket atingiu uma casa perto do aeroporto, que na quinta-feira foi alvo de um atentado suicida que matou pelo menos 180 pessoas, incluindo 13 militares dos Estados Unidos.

Os taliban descrevem os dois ataques como incidentes diferentes, mas continuam a ser poucos os pormenores sobre ambos. Segundo o chefe da polícia da capital afegã, citado pela Associated Press, uma criança morreu na casa atingida, a cerca de 5 km do aeroporto. Ainda não se sabe quem está por trás do lançamento deste rocket.

Os EUA tinham voltado a alertar para uma ameaça nos arredores do aeroporto, pedindo aos cidadãos norte-americanos para saírem da zona. “Devido a uma ameaça precisa e credível, todos os cidadãos norte-americanos que se encontrem nos arredores do aeroporto de Cabul [...] devem sair da zona rapidamente”, anunciara a Embaixada dos EUA em Cabul, numa mensagem de alerta.

A ameaça abrangia especificamente “o acesso sul, o novo Ministério do Interior e o acesso perto do posto de combustível Panshir a noroeste do aeroporto”, de acordo com o mesmo comunicado.

O ataque de drone feito pelos EUA visou uma localização associada ao Daesh-Khorasan (Daesh-K), o grupo por trás do atentado de quinta-feira. Segundo fontes citadas pela Reuters, o objectivo era neutralizar um veículo que transportava “vários" bombistas suspeitos na capital afegã que se preparavam para um novo atentado. Os responsáveis norte-americanos dizem que foi bem-sucedida e que não há informação de vítimas civis.

No entanto, não há indicação se esta operação está relacionada com o rocket lançado este domingo em Cabul. O ataque gerou “explosões secundárias significativas”, o que indica a “presença de uma quantidade substancial de material explosivo”, disse o porta-voz do Comando Central dos EUA, Bill Urban.

O atentado de quinta-feira, num acesso ao aeroporto onde se encontravam milhares de afegãos que tentam escapar do país desde que os taliban tomaram o poder, no dia 15, foi reivindicado pelo Daesh-Khorasan (Daesh-K), braço do Daesh no Sul da Ásia, fundado em 2014 por jihadistas paquistaneses que tinham combatido no Iraque e na Síria.

A explosão deste domingo acontece quando as tropas norte-americanas enviadas para coordenar a evacuação estão já na última fase das operações, com a saída das últimas tropas marcada para terça-feira, o prazo imposto pelos taliban. No aeroporto permanecem cerca de mil civis à espera de voarem para diferentes países antes do abandono definitivo dos EUA, ao mesmo tempo que outros milhares tentam a fuga por terra e muitos outros que temem pela vida estão em casa, sem conseguir garantias de ter lugar num dos voos que faltam sair de Cabul e com medo de novos atentados ou dos próprios fundamentalistas que regressaram ao poder.

Entretanto, os taliban afirmam estar prontos para assumir o controlo do aeroporto. Numa conferência de imprensa este domingo em Cabul, o grupo diz ainda que em breve anunciará a constituição do novo governo do Emirado Islâmico, designação que o país teve durante a primeira passagem dos “estudantes de teologia” pelo poder (1996-2001) e que estes já voltaram a usar.