Benfica vence e garante um “santo descanso” na I Liga
Com 12 pontos, liderança do campeonato, pleno de vitórias e exibições globalmente convincentes, os “encarnados” vão para a paragem no campeonato como única equipa 100% ganhadora na I Liga.
Como se diz em “futebolês”, o Benfica vai dormir líder, depois do triunfo (2-1) frente ao Tondela, neste domingo. Em bom rigor, vai até dormir líder durante vários dias, podendo ter um “santo descanso” na paragem do campeonato para os jogos das selecções nacionais.
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Como se diz em “futebolês”, o Benfica vai dormir líder, depois do triunfo (2-1) frente ao Tondela, neste domingo. Em bom rigor, vai até dormir líder durante vários dias, podendo ter um “santo descanso” na paragem do campeonato para os jogos das selecções nacionais.
Com 12 pontos, liderança isolada do campeonato, pleno de vitórias e exibições globalmente convincentes, os “encarnados” vão para a paragem como única equipa imbatível e já com dois pontos de vantagem para os rivais FC Porto e Sporting e cinco para o Sp. Braga.
Este foi um triunfo difícil e o Benfica esteve a perder durante largos minutos, depois de uma primeira parte pobre, mas o caudal ofensivo na segunda parte justifica amplamente o triunfo “encarnado”.
Num ruidoso Estádio da Luz, a primeira parte foi, como se esperava, dominada pelo Benfica, mas com os “encarnados” longe de serem engenhosos na procura do golo.
Jorge Jesus recuperou o 4x4x2, abdicando de Otamendi, enquanto o Tondela trouxe um sistema híbrido bastante interessante. O 4x4x2 em momento de construção tornava-se um 5x3x2 em organização defensiva, mas com um twist: na linha de cinco defesas, havia sempre um claramente livre para poder sair na pressão ao portador da bola.
Uma ideia interessante no papel, já que permite ter um bloco a controlar o espaço de forma zonal, como manda o futebol moderno, mas com um elemento destacado para uma espécie de marcação individual ao portador da bola.
O problema desta ideia seria o buraco deixado livre pelo central que saía, mas isso não aconteceu. Pako Ayestarán tinha dito antes da partida que “quando a manta é curta, às vezes tapas os pés e deixas a cabeça fora, mas vamos tentar que a manta alargue o mais possível” e o Tondela mostrou um conhecimento irrepreensível destas nuances, nunca abrindo espaço para explorar dentro do bloco. Na primeira parte, a manta não foi curta.
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No lado “encarnado”, os alas Pizzi e Everton jogaram sempre muito por dentro (mais até do que o habitual no Benfica, talvez por rotinas de 3x4x3) e o jogo nunca foi fluído. E não há criação táctica que resista a más exibições individuais – e ambos os jogadores estiveram claramente num nível baixo, estragando várias jogadas de ataque, sobretudo o brasileiro, que até assobios ouviu das bancadas da Luz.
O Benfica, apesar de rematador, teve apenas uma oportunidade de golo em 45 minutos – remate de João Mário para defesa de Niasse, aos 43’. O Tondela teve tantas como o Benfica, mas concretizou-a a preceito. Aos 22’, Grimaldo foi atraído à zona da bola e deixou muito espaço para Vertonghen (novamente as rotinas de 3x4x3 podem ter influído no posicionamento, desta vez o defensivo). A bola entrou entre o central e o lateral e Salvador Agra, depois de correr alguns metros, rematou cruzado para o poste mais distante, numa boa execução técnica.
Para a segunda parte não regressaram Meité, Pizzi e André Almeida e entraram Weigl, Rafa e Gilberto. A equipa pareceu desde logo mais activa, com Weigl a arriscar mais do que Meité no passe e Rafa e Gilberto a darem uma vertigem que não existia.
O jogo recomeçou logo com um lance aéreo confuso na área do Tondela, que deu a Gilberto a possibilidade de empurrar de cabeça para a baliza (saiu por cima), e um remate forte de Gonçalo Ramos defendido por Niasse.
Já com Rodrigo Pinho, que entrou bem no jogo, o Benfica começou a ter um trabalho mais capaz entrelinhas e as soluções apareceram frente a um Tondela quase sempre bem organizado.
E quando a organização falhava havia Niasse. O guardião do Tondela continuava a garantir segurança, com mais duas defesas: uma aos 66’, a remate de João Mário, e outra aos 67’, com disparo de Grimaldo.
Aos 71’, nem Niasse sobreviveu aos quase sempre letais toques ao primeiro poste em pontapés de canto. A bola de João Mário foi desviada por Weigl e Rafa, ao segundo poste, pôde “encostar”.
E ao contrário da primeira parte, este golo já fazia todo o sentido, dado o caudal ofensivo dos “encarnados”. O jogo combinativo juntava Rafa, Gilberto, Ramos, João Mário e Pinho, num autêntico carrossel junto à área do Tondela, cuja “manta” já era, por agora, mais curta.
O ímpeto foi sendo interrompido com as muitas paragens de jogo – substituições, mas também várias assistências a jogadores do Tondela – e os beirões foram resistindo mais alguns minutos.
Foi já aos 87’, numa fase de jogo mais “morno”, que o brasileiro Gilberto (também boa entrada em jogo) aproveitou um corte defeituoso da defesa do Tondela para surgir dentro da área e bater Niasse. João Mário esteve novamente na “batuta” do lance.
O golo da vitória demorou, mas chegou. E, dado o que se passou na segunda parte, fez todo o sentido.