“Um riso que peleja”: nos 150 anos d’As Farpas de Eça e Ramalho (1871-2021)
As Farpas foram um notável empreendimento jornalístico de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão criado em 1871, 20 anos depois da insurreição militar liderada pelo marechal duque de Saldanha.
Condicionado pela juventude e irreverência de ambos, influenciado pelas leituras académicas de Proudhon, talvez tivesse como fim último fazer uma espécie de balanço crítico do liberalismo português, nomeadamente da Regeneração saída do golpe militar contra o último ministério de Costa Cabral. Para testar esta hipótese revisitaremos aqui: 1) o porquê d’As Farpas; 2) os temas visados por Eça e Ramalho (sobretudo por Eça, pois nos dois primeiros anos da nova publicação é dele a maioria dos escritos); 3) as reacções que elas suscitaram na época; 4) o novo conceito de jornalismo que fundaram; 5) por último, a justeza da crítica queirosiana na sua relação com a realidade histórica.
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Condicionado pela juventude e irreverência de ambos, influenciado pelas leituras académicas de Proudhon, talvez tivesse como fim último fazer uma espécie de balanço crítico do liberalismo português, nomeadamente da Regeneração saída do golpe militar contra o último ministério de Costa Cabral. Para testar esta hipótese revisitaremos aqui: 1) o porquê d’As Farpas; 2) os temas visados por Eça e Ramalho (sobretudo por Eça, pois nos dois primeiros anos da nova publicação é dele a maioria dos escritos); 3) as reacções que elas suscitaram na época; 4) o novo conceito de jornalismo que fundaram; 5) por último, a justeza da crítica queirosiana na sua relação com a realidade histórica.