Fundação Portuguesa do Pulmão diz que é prematuro abandonar a máscara

“A decisão de liberalizar o uso de máscara só deve ser considerada quando sairmos da quarta onda epidémica, quando tivermos uma maior percentagem da população totalmente vacinada (a tão almejada imunidade de grupo) e os marcadores epidemiológicos da infecção pelo SARS-Cov-2 evidenciarem um mais seguro controlo da pandemia”, diz a fundação.

Foto
A ministra da Saúde afirmou no dia 19 que a decisão sobre o uso de máscara na rua é uma competência da Assembleia da República tiago lopes

A Fundação Portuguesa do Pulmão considera que é prematuro abandonar a obrigatoriedade do uso de máscara de protecção respiratória e outras medidas de protecção individual contra a propagação da pandemia de covid-19.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A Fundação Portuguesa do Pulmão considera que é prematuro abandonar a obrigatoriedade do uso de máscara de protecção respiratória e outras medidas de protecção individual contra a propagação da pandemia de covid-19.

“Apesar dos indiscutíveis avanços que temos registado no combate à presente pandemia, sobretudo na sequência do sucesso da campanha de vacinação, a respectiva situação epidemiológica aconselha que se deva manter um robusto nível de medidas preventivas”, defende a instituição em comunicado enviado à agência Lusa.

A fundação sustenta que a variante Delta, com uma capacidade de contágio 60% superior à anterior, e o conhecimento de que a vacina não tem eficácia suficiente para impedir totalmente, quer a infecção, quer a transmissão do vírus, justificam medidas acrescidas.

A instituição destaca também como factores “não tranquilizadores” a elevada incidência de casos (310 por 100.000 habitantes, com uma média de 2317 novos casos diários na última semana), um nível elevado de casos activos (45.542) e um nível de mortalidade “ainda muito expressivo” (média diária de 11 óbitos na última semana), a par dos níveis de hospitalização, quer em enfermaria, quer em cuidados intensivos (733 e 151, respectivamente).

“É prematuro considerar o fim da obrigatoriedade do uso da máscara de protecção respiratória nos espaços públicos exteriores sempre que a distância social de segurança não esteja garantida. No mesmo sentido é nossa opinião que o uso de máscara deverá continuar a ser obrigatória em todos os espaços públicos interiores”, defende a Fundação Portuguesa do Pulmão.

“A decisão de liberalizar o uso de máscara só deve ser considerada quando sairmos da quarta onda epidémica, quando tivermos uma maior percentagem da população totalmente vacinada (a tão almejada imunidade de grupo) e os marcadores epidemiológicos da infecção pelo SARS-Cov-2 evidenciarem um mais seguro controlo da pandemia”, acrescenta.

A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou no dia 19 que a decisão sobre o uso de máscara na rua é uma competência da Assembleia da República.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu na semana passada o fim do uso obrigatório da máscara só em meados de Setembro e apelou aos jovens para se vacinarem contra a covid-19 antes do início do ano lectivo.