“Estado Social forte é imprescindível”, defende António Costa
Líder do PS levantou o congresso quando agradeceu aos profissionais da saúde.
O secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, defendeu neste sábado que “o Estado Social forte é imprescindível” e prometeu continuar a investir em sectores como a Segurança Social e o Serviço Nacional de Saúde (…) ao fazer o seu primeiro discurso no 23.º Congresso do PS.
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O secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, defendeu neste sábado que “o Estado Social forte é imprescindível” e prometeu continuar a investir em sectores como a Segurança Social e o Serviço Nacional de Saúde (…) ao fazer o seu primeiro discurso no 23.º Congresso do PS.
Com um tom entusiasmado e convicto, António Costa acabou a sua intervenção a prometer que o PS no Governo vai continuar a “garantir o futuro” — um dos lemas da reunião magna.
Considerando que sem Estado Social o país não teria tido “um SNS que foi essencial para combater a pandemia”, António Costa sublinhou que, apesar de anos de ataques e críticas, “quando as coisas apertaram à séria”, foi “o SNS que deu a resposta”. Mas fez questão de lembrar que, “logo em 2016”, o Governo definiu “o reforço do SNS” como um objectivo que cumpriu ao repor “os cortes que a direita tinha feito”. Reforço que foi sendo aumentado e que, garante, continuará a ser uma aposta.
Foi, aliás, o SNS e o seu papel no combate à pandemia que proporcionou uma das grandes ovações da manhã de Congresso. Quando António Costa agradeceu aos profissionais de saúde o que fizeram para permitir que 94% dos doentes com covid-19 tenham recuperado, a sala rebentou em palmas, com os delegados de pé, durante longos minutos. Nos ecrãs do pavilhão Portimão Arena, os aplausos foram focados em grande plano, assim como a ministra da Saúde, Marta Temido, que logo no início do Congresso foi anunciada como membro da mesa e nova militante do PS.
António Costa estendeu depois agradecimentos às Forças Armadas, que classificou como uma “mais-valia para o país” na “verdadeira guerra contra a pandemia”, e que considerou como “uma honra para Portugal”. Mas também ao sector social, que “foi incansável”, e aos “autarcas de todos os partidos, todos os autarcas do país”. O também primeiro-ministro acabou por agradecer também a outros sectores e aos cidadãos em geral. Isto depois de ter começado por “agradecer poder ter liderado PS num momento como o da pandemia” e de garantir que não quer perder a “oportunidade histórica” para mudar o país.
Nas cinco lições que tirou da pandemia, António Costa destacou também que “às crises responde-se com solidariedade e não com austeridade”, ou seja, “sem cortes”, garantindo os rendimentos, aumentando o salário mínimo, por forma a “combater a desigualdade social”. E lembrou que o Governo tratou de “reinventar as prestações sociais para não deixar ninguém para trás” e não hesitou “em salvar empresas como a TAP” e aprovar medidas de “apoio às empresas e ao emprego”. Garantiu ainda: “Não vamos deixar as empresas morrer, não vamos deixar os postos de trabalho desaparecer.”
Outra lição foi também a da confirmação da importância da “estabilidade financeira”. Salientando a recuperação orçamental na legislatura anterior, o líder do PS afirmou que não se pode “andar a fazer contas mesquinhas”, mas que é preciso “pensar que há amanhã”. Afirmando a “ambição de ter finanças públicas sãs”, António Costa defendeu que é isso que “mantém firme a credibilidade internacional de Portugal”.
Nas cinco lições que António Costa referiu, incluía-se a forma como a “União Europeia é essencial para responder às crises globais”. Dando o exemplo da vacinação, sublinhou que “a resposta da UE foi a resposta da solidariedade”. E defendeu que “não há a fatalidade de a UE alinhar com as políticas da direita” e de “austeridade”, já que “a direita portuguesa não percebeu, mas a UE percebeu”, a importância da solidariedade e por isso aprovou um “programa de recuperação superior ao Plano Marshall”.
O líder do PS apontou ainda uma outra lição, a da necessidade de “acelerar resposta a muitas vulnerabilidades”, aproveitando para priorizar a defesa das relações de trabalho e de “emprego com dignidade e com direitos”. Prometeu também garantir os direitos dos trabalhadores da Cultura.
Nesta capítulo, Costa destacou a prioridade do direito à habitação, lembrando que muitos contágios de covid-19 se deram pelas más condições de habitabilidade. E prometeu ainda uma rede de cuidados integrados para garantir a qualidade de vida dos idosos, prevista no Plano de Recuperação e Resiliência.