Polícias do Capitólio processam Trump e grupos de extrema-direita pela invasão de 6 de Janeiro
Sete polícias que foram atacados na invasão ao Capitólio acusam Donald Trump de “trabalhar com grupos extremistas violentos” e de incitar uma multidão a perturbar a confirmação formal do Presidente dos EUA.
Um grupo de polícias do Capitólio que foi atacado e agredido durante a invasão ao Congresso norte-americano a 6 de Janeiro pelos apoiantes de Donald Trump apresentou na quinta-feira um processo contra o antigo Presidente, o seu aliado Roger Stone e quase 20 membros de grupos da extrema-direita e organizações políticas que participaram no assalto.
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Um grupo de polícias do Capitólio que foi atacado e agredido durante a invasão ao Congresso norte-americano a 6 de Janeiro pelos apoiantes de Donald Trump apresentou na quinta-feira um processo contra o antigo Presidente, o seu aliado Roger Stone e quase 20 membros de grupos da extrema-direita e organizações políticas que participaram no assalto.
Sete agentes policiais apresentaram o processo no tribunal federal em Washington D.C., no qual dizem terem sido “agredidos violentamente, atacados com gás [ou outras substâncias] ou submetidos a insultos”, incluindo comentários racistas, numa situação onde chegaram a “temer pelas suas vidas”, refere o Washington Post.
Entre os acusados no processo estão o ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, Roger Stone e membros dos grupos de extrema-direita Proud Boys e Oath Keepers, alguns dos quais participaram na invasão.
Trump foi acusado de intencionalmente enviar uma multidão para perturbar a confirmação formal no Congresso norte-americano, a última etapa para confirmar a vitória de Joe Biden enquanto Presidente dos EUA.
Os polícias acusaram ainda o antigo Presidente de “trabalhar com supremacistas brancos, grupos extremistas violentos, e apoiantes para violar a lei Ku Klux Klan [um estatuto de 1871 que inclui protecção contra conspirações violentas que interferem com as funções do Congresso] e cometer actos de terrorismo doméstico numa tentativa ilícita de permanecer no poder”.
Jason DeRoche, um polícia do Capitólio que foi agredido, explicou que o processo não tinha a ver com a indemnização. Antes, os queixosos pretendem esclarecer o que aconteceu a 6 de Janeiro e que Trump e os restantes acusados fossem responsabilizados pelas suas acções. “Se fizerem isto mais alguma vez, haverá consequências”, refere o processo.
“Este é provavelmente o relato mais abrangente de 6 de Janeiro em termos de casos civis”, disse Edward Caspar, o advogado que está à frente do processo do Lawyers’ Committee for Civil Rights Under Law, que submeteu o processo em nome dos polícias, citado pelo New York Times. Dos sete queixosos que detalharam as suas experiências, cinco são negros.
O processo é possivelmente o mais abrangente esforço civil até à data para responsabilizar legalmente Trump e aliados por invadirem o Capitólio. Outros três processos semelhantes foram apresentados nos últimos meses, mas o de quinta-feira foi o primeiro a acusar Trump de trabalhar em conjunto com grupos extremistas e organizadores políticos para promover as suas alegações de fraude eleitoral.