7 dias, 7 fugas: a voar para pistas de cores, sabores e bons invasores
Palmela prepara-se para as vindimas e Torres Vedras para Novas Invasões. Lagos dança no mar, a serra do Caramulo põe-se a acelerar e o Porto deixa-se desenhar (e escrever). A Beira Alta perde-se de cor; a Baixa fica a olhar para o balão.
Sábado, 28: até ao lavar dos cestos
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Sábado, 28: até ao lavar dos cestos
Coelho à caçador, camarão em redução de moscatel, bochechas de porco preto com vinho tinto e outros pratos harmonizam-se com os néctares de Palmela, em mais uma edição dos Fins-de-Semana Gastronómicos do Vinho. Vão à mesa de 18 estabelecimentos do concelho, de 27 a 29 de Agosto e de 3 a 5 de Setembro. É a “preparação para mais uma época de vindimas”, anuncia a autarquia, que se prepara também para abrir as portas da festa que as celebra, embora em moldes diferentes dos habituais. Vindimas 2021 é a designação do programa que assinala a tradição, nos dias 2 a 5 e 9 a 12 de Setembro. Mantém “momentos emblemáticos como a eleição da rainha das vindimas, a pisa da uva e a bênção do primeiro mosto”, a par de um mercado de vinhos, actividades desportivas, concertos e outras animações por toda a vila.
Domingo, 29: dançar a flutuar
Em Lagos, a festa é outra e convida a abrir uma pista de dança no mar. Fruto de um “conceito único para festejar em tempos de pandemia”, o Algarve Boat Festival solta as amarras da sua terceira edição neste domingo, frente à Praia da Luz. E solta também a vontade de dançar. A cabina de som está instalada num barco-palco; o público, noutras embarcações à sua volta. O algarvio Pete Tha Zouk encabeça o cartaz, em que também entram os DJ Astrella e Carlos Glória Sax. Asseguram três horas de música electrónica flutuante, entre as 15h30 e as 16h30. Os lugares na “plateia” podem ser reservados a partir de 15€ por pessoa, em barcos da organização ou privados. As várias opções estão elencadas aqui.
Segunda, 30: sobe, sobe, ao balão sobe
Seis dias a olhar para o balão ou a experimentar a sensação de voar num. Entre 30 de Agosto e 4 de Setembro, Voar na Beira Baixa vai ser possível em Oleiros, Proença-a-Nova, Penamacor, Idanha-a-Nova, Vila Velha de Ródão e Castelo Branco (uma paragem para cada dia, por esta ordem). Entre as 21h e as 24h, há baptismos gratuitos, em que se sobe ao céu num voo cativo (com o balão ancorado), acompanhados por jogos tradicionais em terra firme. Para Novembro, está prometida a segunda parte da iniciativa, em que dezenas de “gigantescos balões de ar quente, de várias formas e feitios, num inesquecível espectáculo de cor” hão-de colorir os céus destas paragens, com caminhadas, passeios de bicicleta e uma rota gastronómica à margem.
Terça, 31: carregar nas cores é um espectáculo
Esta é a história de amor entre Maria, uma jovem beirã, e o lisboeta Ilídio. Passa-se numa aldeia do interior e traz “desencontros, momentos de humor da coscuvilheira da aldeia e os dramas de uma tia de nariz empinado”. Está dada a sinopse de Nas Cores da Beira, um espectáculo itinerante de teatro musical, com humor e artes circenses à mistura. Artistas profissionais convivem com participantes das comunidades locais, escolhidos nos municípios que integram a rede Cultura no Dão, onde a peça é levada à cena. A estreia acontece em Nelas (na Praça do Município, a 31 de Agosto, às 21h30), que terá direito a uma sessão extra em Canas de Senhorim (no Largo Abreu Madeira, a 5 de Setembro, às 22h). Os outros palcos instalam-se em Mangualde (no Largo Dr. Couto, a 2 de Setembro, às 21h30) e Penalva do Castelo (em frente à Câmara Municipal, a 4 de Setembro, às 21h30). A encenação e a dramaturgia são de Rafael Pina; a coreografia e cenografia, de João Sá Coelho. A dupla promete “momentos musicais e viagens pelas paisagens e monumentos da região, numa história que pretende enaltecer a Beira [Alta] e mostrar as fragilidades e a força do amor”. A entrada é gratuita mas obriga a pré-reserva, pelos contactos 232942371 (Nelas), 232619889 e 232622305 (Mangualde) e 232640020 (Penalva do Castelo).
Quarta, 1: Porto sentido, escrito e desenhado
A Sé, a Fundação de Serralves, os Jardins do Palácio de Cristal, a Casa da Música, a Serra do Pilar, o Douro e as ruas do Porto são, entre 1 e 6 de Setembro, fontes de inspiração para a SketchTour Portugal Reload, um projecto do colectivo Urban Sketchers que anda a “escrever e desenhar” o país desde Abril. Nesta etapa, conjugam-se as veias criativas de um sketcher natural da Invicta, Paulo Mendes, outro do Reino Unido, Ian Fennelly, e a escritora transmontana Dulce Maria Cardoso. O desafio repete-se: “que cada um utilize a sua arte para fixar, de forma única e inspiradora, os vários momentos que vão experienciar”. O resultado – “uma nova perspectiva, mais emocional e apaixonante, sobre as paisagens, a história e a cultura do Porto” – poderá ser apreciado no site, sob a forma de desenhos, histórias e “webisódios” e, futuramente, num documentário e num livro ilustrado.
Quinta, 2: invasões por linhas históricas (e outras)
Em Torres Vedras, a animação inspira-se na memória histórica dos tempos em que as Linhas de Torres continham o avanço dos exércitos franceses. É o regresso do festival bienal Novas Invasões. A quarta edição ocupa os espaços públicos da cidade entre 2 e 5 de Setembro. Embora ancorado no passado, estende-se muito para além das reconstituições históricas – como o Hospital de Campanha, o mercado oitocentista ou as personagens que por lá andam –, apostando em construir pontes com uma “vasta programação contemporânea”. Tem João Garcia Miguel como director artístico e conta com o envolvimento de organizações locais – caso de Dreamworld, o espectáculo que a companhia alemã Theater Titanick (repetente no festival) apresenta todas as noites. Destaca-se ainda a estreia absoluta d’O Regresso da Norma, ópera com libreto de Rui Zink e composição de Luís Soldado. Do programa destas Novas Invasões, onde tudo tem entrada livre, fazem também parte teatro, dança, música, jogos, oficinas, visitas guiadas, instalações, palestras e actividades pedagógicas, assim como a primeira edição do Festival de Cinema Documental Máscaras e Mascarados e, no campo dos sabores, um roteiro gastronómico que leva menus da época à mesa de oito restaurantes.
Sexta, 3: um festival bem rodado
Se o mapa dos aficionados dos motores já aponta para o Museu do Caramulo, que alberga colecções e exposições de veículos únicas no país, neste fim-de-semana o destino ganha outra dimensão com o arranque do Caramulo Motorfestival. Uma Biker’s Village e um parque para supercarros sobressaem como novidades desta 16.ª edição, juntando-se a chamarizes já habituais como ralis, concentrações, passeios, paradas, encontros e provas. Marcam presença mais de 1100 viaturas, entre automóveis, motos e até aeronaves. Haverá, aliás, motores a fazer levantar os olhos para o céu, para assistir a um espectáculo aéreo de aviões clássicos. Presentes estão também vários pilotos convidados, entre eles André Villas-Boas, Fernando Batista e Francisco Sande e Castro. Organizado pelo Museu do Caramulo, em parceria com o Automóvel Clube de Portugal, o festival decorre entre 3 e 5 de Setembro. A entrada é livre, mas sujeita à exibição do certificado digital de vacinação ou de um teste negativo. Quem não conseguir fazer-se à estrada, pode acompanhar tudo na transmissão online.