Quatro militares portugueses a caminho de Cabul para apoiar “retirada de cidadãos”

Os militares em causa pertenceram à 6.ª Força Nacional Destacada portuguesa no Afeganistão, que terminou a missão em Maio. O comandante da operação em questão, Marco Silva, é um deles.

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A 6:ª Força Destacada chegou em Maio e foi condecorada LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Quatro militares portugueses estão a caminho de Cabul, capital do Afeganistão, para apoiar o “esforço de retirada de cidadãos” do país, encontrando-se integrados no contingente espanhol, confirmou fonte do Ministério da Defesa Nacional à Lusa.

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Quatro militares portugueses estão a caminho de Cabul, capital do Afeganistão, para apoiar o “esforço de retirada de cidadãos” do país, encontrando-se integrados no contingente espanhol, confirmou fonte do Ministério da Defesa Nacional à Lusa.

“O Ministério da Defesa Nacional destacou quatro militares portugueses para apoiar o esforço de retirada de cidadãos afegãos. Estes militares, que estão a caminho de Cabul, serão integrados no contingente espanhol”, refere fonte do Ministério da Defesa à Lusa.

Segundo o jornal Expresso, os quatro militares a caminho da capital afegã pertenceram à 6.ª Força Nacional Destacada portuguesa no Afeganistão, que terminou em Maio e que operava ao serviço da missão Resolute Support da NATO, sendo que o comandante da operação em questão, Marco Silva, integra o contingente.

O Expresso adianta ainda que Marco Silva, major de infantaria do Exército Português, foi condecorado com a Medalha NATO Non Article 5 Afghanistan, devido ao “extraordinário contributo na luta contra o terrorismo, pela paz e segurança internacional”.

Os quatro militares portugueses apoiarão a retirada de cidadãos afegãos, sendo que o Ministério da Defesa Nacional realça que, além dos 50 afegãos que o Governo se tinha disponibilizado a receber na semana passada, tem agora “capacidade e disponibilidade para ultrapassar esse número”.

Entre os cidadãos afegãos elegíveis para serem acolhidos por Portugal, o Ministério da Defesa frisa que, “em primeiro lugar”, serão recebidos os cidadãos que colaboraram com a Força Nacional destacada no Afeganistão - como, por exemplo, intérpretes - estando essa identificação “em curso”.

Além disso, Portugal participa também no “esforço de acolhimento dos cidadãos afegãos que colaboraram noutros enquadramentos da NATO e também com a União Europeia (UE), designadamente no apoio à embaixada em Cabul e em projectos de cooperação para o desenvolvimento”. “Os serviços competentes estão a proceder à identificação das famílias que serão acolhidas em território nacional, bem como à preparação das modalidades e calendário para esse acolhimento”, refere o Ministério.

Portugal irá ainda acolher cidadãos afegãos “no quadro de operações de protecção conduzidas pelas Nações Unidas”, sendo que o ministério afirma também estar a “receber e analisar pedidos de acolhimento dirigidos directamente a Portugal, designadamente por pessoas e grupos profissionais em situação de particular vulnerabilidade ou risco”, elencando “jornalistas, mulheres juristas, estudantes” ou “activistas de direitos humanos”.

“O anúncio relativo às modalidades de acolhimento e calendário preciso de chegada dos cidadãos afegão a Portugal serão, por isso, divulgados oportunamente”, salienta.

Na quarta-feira, o ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou que já foram retirados os 20 cidadãos portugueses que exerciam funções na delegação da UE, na NATO e no aeroporto civil do Afeganistão. “Concluiu-se, deste modo, a evacuação dos cidadãos portugueses que se encontravam, por razões de trabalho, no Afeganistão”, anunciou o ministério, num comunicado.

Os talibãs passaram a controlar Cabul no dia 15 de Agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em Maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO. As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001.

A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.