Covid-19: salas de espectáculos pedem esclarecimentos urgentes sobre lotações de salas
A Associação para as Artes Performativas em Portugal – Performart apela à Direcção-Geral da Saúde para precisar as regras o mais depressa possível.
A Associação para as Artes Performativas em Portugal – Performart saudou esta tarde a antecipação pelo Governo do aumento da lotação nas salas de espectáculo para 75%, mas pediu esclarecimentos urgentes sobre a forma concreta de o implementar.
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A Associação para as Artes Performativas em Portugal – Performart saudou esta tarde a antecipação pelo Governo do aumento da lotação nas salas de espectáculo para 75%, mas pediu esclarecimentos urgentes sobre a forma concreta de o implementar.
“Para nós, é urgente que estas orientações específicas para salas de espectáculos sejam actualizadas para que possamos implementar este aumento de lotação, que é precioso, e ter a certeza de que o estamos a fazer como é suposto”, afirmou à Lusa Francisca Carneiro Fernandes, directora-geral da unidade de Cultura da empresa municipal do Porto, Ágora, que ocupa actualmente a presidência da Performart.
A responsável da Ágora saudou o anúncio do Governo e enalteceu os esforços gerais de vacinação da população, que permitiram a antecipação da meta inicialmente estabelecida pelo Governo para Setembro, mas realçou que, para as salas de espectáculos, “faltam esclarecimentos”.
“Estávamos a fazer cadeira sim cadeira não, o que determina que as salas fiquem com 50% da lotação”, explicou Francisca Carneiro Fernandes, antes de acrescentar: “Ou bem que temos um lugar livre [entre cadeiras] ou bem que não temos e chegamos aos 75%.”
A ex-presidente do conselho de administração do Teatro Nacional São João alertou para outra problemática: nalgumas salas, passar de 66% para 75% da lotação fará com que seja ultrapassado o limite dos 500 espectadores, que obriga a que seja pedido certificado digital ou teste negativo à covid-19, o que poderá ser dissuasor da ida a um espectáculo.
“É importante esclarecer tudo isto para não haver este receio de não saber como agir”, sublinhou a responsável, apelando à Direcção-Geral da Saúde para que actualize quanto antes a orientação n.º 28, que já havia sido renovada no começo do mês depois da entrada em vigor da primeira fase de desconfinamento.
De acordo com essa orientação, que já vinha do ano passado, “a ocupação dos lugares (com lotação até 66%) deve ser efectuada, preferencialmente, com um lugar sentado livre entre espectadores que não sejam coabitantes, sendo a fila anterior e seguinte com ocupação de lugares desencontrados, quando possível”.
O Governo, reunido esta sexta-feira em Conselho de Ministros extraordinário, decidiu que os espectáculos culturais vão passar a poder ter uma lotação de 75% nos recintos onde se realizam, quando até aqui era 66%.
A medida entra em vigor na segunda-feira, antecipando-se a segunda fase do plano de desconfinamento, uma vez que já foi atingida a meta de vacinação de 70% da população.
Segundo o Governo, mantém-se a limitação horária até às 2h em todo o território e a exigência de certificado de vacinação ou teste negativo à covid-19 em eventos culturais com mais de mil pessoas (em ambiente aberto) ou 500 pessoas (em recinto fechado).