UE apela à libertação de Navalny um ano depois do seu envenenamento
Alexei Navalny apelou ao combate contra a corrupção global e à aplicação de sanções mais duras contra oligarcas próximos de Putin.
A um dia do aniversário do envenenamento do opositor do regime russo, Alexei Navalny, a União Europeia exigiu esta quinta-feira a sua libertação “imediata e incondicional” à Rússia, reiterando ao mesmo tempo o apelo para a abertura de uma investigação com “total transparência” sobre esta “tentativa de assassinato”.
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A um dia do aniversário do envenenamento do opositor do regime russo, Alexei Navalny, a União Europeia exigiu esta quinta-feira a sua libertação “imediata e incondicional” à Rússia, reiterando ao mesmo tempo o apelo para a abertura de uma investigação com “total transparência” sobre esta “tentativa de assassinato”.
“Esperamos que a Rússia respeite e garanta os Direitos Humanos e cumpra as suas obrigações nacionais e internacionais segundo a Convenção Europeia dos Direitos Humanos”, disse num comunicado um porta-voz do chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell.
Assim, o bloco europeu manifestou a sua “profunda preocupação” por Navalny estar encarcerado por “razões políticas”, bem como sobre as novas acusações que recaem sobre o opositor e outros membros da sua equipa, pela ilegalização da organização liderada por Navalny perto das eleições para a Duma previstas para Setembro.
“O impacto acumulado destes actos, juntamente com uma série de medidas repressivas dirigidas a organizações não-governamentais e indivíduos envolvem novas violações das liberdades fundamentais, restringindo o espaço para a sociedade civil, para a imprensa independente e os direitos da oposição política”, continua o texto.
Além disso, a UE exigiu a Moscovo que investigue a “tentativa de assassinato” de Navalny “com total transparência e sem mais demoras”. Da mesma forma, apela à Rússia a cooperar com a Organização para a Proibição das Armas Químicas para garantir uma “investigação internacional imparcial”.
“O uso de armas químicas é completamente inaceitável sob qualquer circunstância e viola o direito internacional. O caso de Alexei Navalny não pode ficar por resolver, os responsáveis devem ser levados à justiça”, continua o porta-voz.
A UE relembrou ter condenado “da forma mais firme possível” o envenenamento do opositor russo e de ter adoptado “medidas restritivas” sobre seis indivíduos russos e uma entidade. Ainda, em Março, também aprovou sanções contra quatro pessoas pelo seu envolvimento na detenção do crítico, no processo e na sua condenação e pela repressão exercida nos protestos pacíficos que saíram à rua para reagir ao tratamento de Navalny.
O opositor do Presidente russo, Vladimir Putin, foi envenenado a 20 de Agosto de 2020 com novichok, um agente neurotóxico. Foi detido em Janeiro pelas autoridades russas, quando voltava da Alemanha, por violar a liberdade condicional relativa a uma condenação anterior e está a cumprir dois anos e meio de prisão.
Luta de Navalny continua
Também na véspera do aniversário do envenenamento, Navalny apelou aos líderes ocidentais a tomar medidas significativas contra a corrupção global, num documento enviado a vários media internacionais, entre eles o Guardian e o Le Monde.
Num tom irónico, Navalny escreveu que “exactamente há um ano” não morreu do “envenenamento devido a uma arma química” e que a corrupção “não desempenhou um papel pequeno” na sua sobrevivência, que diz ter sido possível devido à incompetência e corrupção dentro da agência de inteligência russa FSB.
“Quando um responsável pela gestão do país está preocupado com esquemas de protecção e extorsão de empresas, a qualidade das operações secretas inevitavelmente sofre”, ironizou o crítico do regime russo. Por isso, Navalny apelou ao combate da corrupção global, e em especial pediu aos países ocidentais para aplicarem sanções mais duras contra os oligarcas próximos de Putin.